Coisas que nunca (mas mesmo nunca) deve usar no trabalho

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Texto NM | Fotografias da Shutterstock

ROUPA AMARROTADA

Nenhum escritório, por mais descontraído que seja, vai alguma vez aprovar que um trabalhador seu se apresente com o ar amarfanhado de quem rolou diretamente da cama para ali. Desleixo não é sinónimo de casual. «Se há trabalhadores que farão uso do bom senso para vestirem bem, ainda que mais descontraídos, outros podem não perceber a diferença e aparecerem de t-shirt e havaianas, está a ver o perigo?», explica Raquel Guimarães, especialista em imagem profissional e diretora executiva da Fashion School, no Porto. Um par de calças sóbrias de bom corte (podem ser de ganga em alguns casos), uma camisola básica e um blazer são apostas seguras.

PERFUMES FORTES

Cheirar bem é agradável, recomenda-se, mas tudo o que é de mais enjoa. E tratando-se de tresandar a perfume, então, nem se fala: há quem seja alérgico, quem tenha dores de cabeça, quem fique agoniado, todo um rol de reações adversas. Seja qual for o caso dos seus colegas / clientes / pacientes, não vai querer ser você a desencadear gestos de repulsa quando o objetivo é criar aproximação. Ponha uma gota do seu perfume favorito atrás de cada orelha ou nos pulsos, não mais do que isso. Se ninguém conseguir cheirá-lo/a antes de o/a ver, está ótimo.

ACESSÓRIOS EXCESSIVOS

Pulseiras a chocalharem o dia inteiro de cada vez que se mexe. Brincos gigantes e tiaras na cabeça. Colares tão espampanantes que mais parecem armaduras sobre o peito. Enfeites com arestas e pontas aguçadas. São tudo acessórios que farão um vistaço em qualquer cerimónia, mas pouco apropriados para ir trabalhar: além de poder irritar os colegas com os tinidos constantes, corre o risco de magoar alguém, esquecê-los no WC, até ficar preso num elevador lotado. Mais: enquanto profissional vai querer perdurar na memória dos outros pela sua competência, não como a pessoa que usa o objeto X ou Y.

FATOS DE TREINO

Convenhamos: muito pouca gente sai favorecida vestindo roupa de ginástica, quanto mais ir trabalhar com ar de quem veio da aula de pilates. Por mais na moda que estejam aquelas calças roxas com riscas douradas, os ténis assinados por uma designer famosa, as camisolas coleantes do yoga, é esperado um nível de profissionalismo no emprego que nenhuma dessas peças preenche. Sem dúvida que são confortáveis. Mas se o que procura é conforto, pode consegui-lo com vestuário mais apropriado, bem mais fashion.

ESTILO REBELDE

E por rebelde não entenda usar uns sapatos clássicos nude quando o dress code pede azuis, mas roupas que sejam, em si mesmas, atos declarados de rebelião, como uns jeans esgaçados nos joelhos ou vestidos florais hippies até aos pés, com socas de madeira a condizer e borboletas no cabelo. Cada pessoa tem o seu estilo, contudo as regras corporativas existem para serem cumpridas. E se usar uniforme não muda quem somos pode, pelo contrário, fazer muita diferença no modo como nos veem. Em última análise, se lhe for insuportável tem sempre a hipótese de mudar de emprego.

CHINELOS

São outro dos itens que raramente caem bem no local de trabalho, a par de sandálias demasiado abertas, sandálias desportivas (do género das que se usa em caminhadas) ou sandálias de praia. Mais uma vez, os outros podem confundir a sua descontração com desleixo e extrapolarem essa imagem para a forma como irá desempenhar o seu trabalho (com muito menos profissionalismo, segundo a ideia com que ficam de si). A não ser que trabalhe num bar de praia ou dê aulas de natação, aí está tudo bem.

DECOTES ACENTUADOS

E quem diz decotes diz outras peças igualmente reveladoras da silhueta, como saias excessivamente justas ou curtas, calças tão apertadas que competem com as leggings, calções que deixam à vista coxas e nádegas. Mesmo sendo um trabalhador brilhante, pode passar a impressão errada acerca das suas competências profissionais.

LOOK DEMASIADO CASUAL

Ou pelo menos mais casual que o dos colegas, ao ponto de saltar à vista de todos os presentes e se tornar constrangedor, em vez de confortável. «A linguagem não-verbal conta muito hoje em dia», sublinha Raquel Guimarães, alertando novamente para os rótulos que nos colam apenas pelo que vestimos. «Faz parte do nosso marketing pessoal e dos processos de se criar empatia com o cliente saber o que usar no contexto profissional – aquilo a que se chama inteligência vestimentar», diz a especialista. Na dúvida, regule-se pelo estilo dos outros. Sempre ao mesmo nível deles ou até mais formal, nunca menos.