Bexiga hiperativa: saiba o que fazer para controlar

Texto de Sara Dias Oliveira

Os músculos da parede da bexiga entram em contrações ou apertos involuntários e repentinos e é correr o mais rapidamente possível para a casa de banho. Se acontece, então a bexiga é hiperativa. Urgência em urinar, perdas de urina antes de chegar ao wc, mais vezes a levantar-se da cama durante a noite, atividades rotineiras interrompidas. Tudo sinais.

E, por vezes, é tão impossível de dominar essa urgência que pode causar incontinência.
“É uma situação muito comum tanto em homens como em mulheres (cerca de 16 % da população com mais de 40 anos) e a sua frequência aumenta com a idade”, diz Miguel Silva Ramos, urologista do Centro Hospitalar do Porto.

Bexiga hiperativa:

  • Alterações na rotina.
  • Impacto na qualidade de vida.
  • Complicações de saúde.

Os sintomas surgem inesperadamente e geram insegurança e ansiedade, o que obriga a programar melhor as atividades diárias, sobretudo quando são fora de casa.

“A bexiga hiperativa é causa de problemas laborais, de isolamento social, de perturbações do sono e de sintomas depressivos que tem impacto na qualidade de vida do próprio e dos seus familiares. Na população idosa é também causa de quedas e fraturas ósseas que agravam os défices motores e quando associada a incontinência é causa frequente de admissão em lares de terceira idade”, diz o médico.

Mas nem sempre é compreendida pelos doentes como aquilo que é, ou seja, uma doença. E, por constrangimento, não se queixam ao médico ou aceitam a doença como uma condição normal da idade, parte do envelhecimento natural.

Mas se há sintomas, tem de haver médico. É preciso marcar uma consulta para que seja feita uma avaliação diagnóstica e administrada terapêutica apropriada.

“Existem medidas comportamentais que ajudam a melhorar os sintomas, no entanto, a base do tratamento é farmacológico: existem medicamentos que administrados por via oral melhoram significativamente os sintomas”, diz Miguel Silva Ramos.

E acrescenta: “Para os casos refratários existem procedimentos cirúrgicos habitualmente por técnicas minimamente invasivas que permitem um alívio duradouro dos sintomas da bexiga hiperativa”.