Sou como a Uma Thurman: só falo quando a raiva passa.
Coisas que me têm deixado um nó na garganta que só agora consegui desapertar ligeiramente de forma a poder falar:
De contratos nupciais: se o casamento é um contrato, então as regras da dissolução de um contrato valem para a dissolução de um casamento. Se uma das partes não cumpre o acordado, termine‑se essa relação anulando o contrato. Parece‑me salomónico. O que não me parece de justiça é que se desculpe a violência. Tendo sido uma empresa a faltar ao acordado, esperar‑se‑ia que o contratante traído fosse às suas instalações bater nos funcionários com uma moca com pregos?
Olho por olho, dente por dente. Se assim fosse, não seria precisa justiça, nem juízes, nem polícias, nem nada. Cá se fazem, cá se pagam. Era assim, nos tempos idos que foram citados no infame acórdão. Se é para ser saudosista, que se seja coerente também.
De loucos que pegam em armas: quem tenha uma arma apontada a alguém que está desarmado, seja humano, seja animal, e, escondido, dispara a matar, é um/uma cobardolas, não um louco.
De quem usa o seu poder sobre alguém menos poderoso para o subjugar: devia ser exemplarmente castigado. Mesmo que seja o homem mais poderoso de Hollywood. Ou o presidente do país mais poderoso do mundo.
Mas alguns ainda gostam de culpar as vítimas, dizendo que estavam a pedi‑las. Li que este fenómeno de culpabilização da vítima serve como escape para que o nosso sentimento de impotência e de injustiça perante uma situação que não controlamos seja mitigado.
Eu cá chamo‑lhe assim:
De se ser uma besta insensível e não ter medo de o mostrar ao mundo.
Quem foi que pegou nos corações da humanidade e os congelou?