1965: O primeiro telebanco da Europa

Texto de Ana Patrícia Cardoso/Arquivo JN

Na Praça D. João I, no Porto, estacionava o Porche 356 Roadster do senhor Artur Cupertino de Miranda, o primeiro cliente do telebanco pronto a estrear. A iniciativa, promovida pelo Banco Português do Atlântico, gerou burburinho na cidade e uma plateia curiosa rodeava o carro para assistir à primeira transação.

No dia 21 de dezembro, o Jornal de Notícias relatava o acontecimento e explicava o funcionamento da máquina inovadora: «o telebanco é constituído por uma caixa automática que permite receber cheques e fazer depósitos a quem conduza um automóvel sem o obrigar a abandoná-lo».

Tornava-se, assim, possível resolver assuntos financeiros sem ter de enfrentar as filas dos bancos. Através de um sistema de televisão, os funcionários do banco podiam ver os clientes no carro e auxiliar nos movimentos.

Vinte anos depois, em setembro de 1985, o país voltava a ser notícia ao instalar doze caixas multibanco, em Lisboa e no Porto.

«A ideia nasceu nos Estados Unidos com o intuito de combater a dificuldade de estacionamento dos veículos nas imediações das instituições bancárias instaladas nas zonas centrais das grandes cidades», podia ler-se no JN.

Ainda que houvesse registos de «duas máquinas do género, em Londres e Viena», estas eram «muito menos completas e automáticas do que esta». Portugal marcava pontos no mercado europeu da tecnologia.

Vinte anos depois, em setembro de 1985, o país voltava a ser notícia ao instalar doze caixas multibanco, em Lisboa e no Porto. Estas são consideradas, até hoje, como um dos modelos mais avançados, permitindo fazer cerca de sessenta operações.

Multibanco
Segundo a SIBS, Sociedade Interbancária de Serviços SA, há cerca de treze mil máquinas instaladas em todo o país.