Buraka Som Sistema: e depois do fim?

Buraka Som Sistema

Veja o vídeo: Kalaf Ângelo sobre o começo da banda e os seus planos para o futuro.


Nunca viveram na Buraca e jamais tocaram na linha de Sintra, mas levaram os sons mestiços da periferia de Lisboa ao mundo. Em 2006, o kuduro progressivo dos Buraka Som Sistema incendiou a música eletrónica e fez deste grupo com origens africanas, portugueses e brasileiras um caso de sucesso à escala global. Aclamados pela crítica, adorados pelo público, da Amadora chegaram aos EUA ou ao Japão.

A 1 de julho dão o último concerto, nos jardins da Torre de Belém, em Lisboa. Depois param. Não se sabe se para sempre. O que vão fazer Kalaf, Blaya, Branko, Conductor e Riot quando os Buraka chegarem ao fim?

CONDUCTOR, O CAÇA-TALENTOS
Andro Carvalho nasceu em Cuba, filho de mãe cubana e pai angolano.

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As balas de metralhadora que cruzavam Luanda naquela tarde do início dos anos 1990 eram meros sussurros para Andro Carvalho e o irmão, então pré-adolescentes. Por esses dias, deitar a mão a uma Mega Drive era quase tão difícil como apanhar um boletim premiado da lotaria e os miúdos tinham temporariamente em casa a consola de um amigo. Estavam tão vidrados no jogo que mal se aperceberam das movimentações da mãe, espreitando de janela em janela, e do nervosismo do pai, a mandá-la retirar-se da linha de fogo. Até que um obus atingiu uma viga do prédio, mesmo ao lado de uma das vidraças do apartamento da família, num 13º andar do bairro da Maianga. Nos últimos tempos, a vida complicara-se na cidade. Poucas escolas continuavam a funcionar e os pais inscreveram Andro no Colégio Elisângela Filomena. Foi lá que conheceu um miúdo mais novo que gostava de rap e tinha um programa de hip hop na rádio. Chamava-se Luaty Beirão e «já tinha uma personalidade diferente e o hábito de lutar contra tudo o que não era correto», diz Andro. Em 2015, o músico e ativista ficaria conhecido pela resistência a José Eduardo dos Santos e pela greve de fome que se seguiu à sua prisão.

Por decisão dos pais, em 1995, Andro voltou para Santiago de Cuba, a cidade onde nascera há 15 anos. Queria ser médico, mas, enquanto frequentava o secundário, aprendeu a tocar guitarra com um tio que faltava aos almoços de família para fazer serenatas à mulher. Em 1998 regressou a Luanda e fez um estágio num hospital para pôr a vocação à prova. «Em dois meses vi morrer umas 800 pessoas por cenas estúpidas. Medicina ficou fora de questão.» Fã dos heróis da Marvel, ainda venceu um concurso de banda desenhada antes de partir para Lisboa.

Chegou a frequentar o curso de Engenharia Informática, mas a guitarra que comprou no supermercado Modelo tomou-lhe conta da vida. Com a ajuda de um programa pirateado, começou a fazer beats. Por intermédio de Luaty, que reencontrou em Portugal, produziu um disco para o rapper angolano MCK, já com samples de sons africanos. Foi por essa altura que Conductor, como passou a ser conhecido, integrou o Conjunto Ngonguenha. Os temas chegaram às mãos de Kalaf Angelo, João Branko Barbosa e Rui Pité, que então formavam o 1-Uik Project. Em 2006, Kalaf telefonou a Andro a desafiá-lo para se juntar a eles. Estava formado o núcleo duro de Buraka Som Sistema.

Andro Carvalho dominava a cena musical africana, conhecia toda a gente e tinha um talento invulgar para antecipar o sucesso de artistas incógnitos, como Anselmo Ralph, Jimmy P e Agir, por exemplo. Além disso, foi ele que escreveu com Pongo Love (a segunda vocalista da banda) um dos maiores sucessos de Buraka — Kalemba (Wegue wegue).

Enquanto os Buraka Som Sistema conquistavam o mundo, Andro continuou sempre à procura de novos músicos e de fenómenos de visualizações no YouTube. Descobre- os, contacta-os, pede-lhes para usar música deles e convida alguns a gravar no Mo Kubiko, uma garagem convertida em estúdio, na cave de um prédio em Massamá. Era lá que passava os dias até se mudar, no início de junho, para a cidade da Praia, em Cabo Verde. A convite da empresa Kriol Ideias, vai continuar a trabalhar como produtor e a fazer consultoria cultural. Diz que só precisa de um computador para fazer e pouco mais. Aos 35 anos, Lá, sempre tem mais tempo para a mulher e as duas filhas.


BLAYA, O FURACÃO

Karla Rodrigues nasceu em Fortaleza, Brasil, filha de pais brasileiros, e veio para Portugal com 2 meses.

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Soube que os Buraka Som Sistema estavam à procura de uma bailarina por uma amiga. Apesar de não ser especialista em kuduro, coreografou o tema que lhe fora enviado por Branko, Conductor, Kalaf e Riot. No dia da prova, levou uma amiga. «Eles foram todos de propósito ao ginásio onde eu dava aulas de hip hop, em Monte Abrãao, Queluz. Não disseram que sim nem que não. Foi mais do tipo: “Yah, tá bem.” Nem os imagino a dizer: “Espetáculo!”» Ficaram de lhe dar uma resposta. E deram. Em 2008, Blaya passou a ser a bailarina da banda.

Na altura, a cantora dos Buraka Som Sistema era Pongo Love. Como a angolana era menor, não podia sair do país. No estrangeiro, quem assumia essa função era Blaya. «Deram-me as letras uma semana antes de um concerto na Suécia. Cantei tudo ao contrário. Não consegui decorar tudo.»

Karla Rodrigues nasceu em Fortaleza, no Brasil, mas vive em Portugal desde os 2 meses. O pai era jogador de futebol e veio para a Europa em busca de melhor sorte, a convite de um agente que lhe ficou com os primeiros salários. Tornou-se jardineiro em Ferreira do Alentejo. A mulher estabeleceu-se como cabeleireira. Karla pouco se apercebeu das dificuldades da família: até aos 12 anos, brincou com Barbies; daí em diante, ouvia Spice Girls, dançava, pintava o cabelo de cores bizarras, vestia roupas diferentes e escrevia músicas. «O primeiro rap que eu fiz foi sobre o meu cão, que morreu atropelado.»

Na escola, as coisas não corriam bem. O que ela queria mesmo era dançar. Fez um curso de hip hop em Lisboa e, em 2007, foi convidada para integrar a equipa de bailarinos da tour da Coca-Cola Zero por todo o país. Antes de entrar para os Buraka, ainda participou na peça High School Musical, o espetáculo ao vivo inspirado na série homónima da Disney e cuja digressão passou por Portugal em 2008. Quando Pongo Love saiu da banda, no ano seguinte, Blaya assumiu-se em definitivo como a cantora dos Buraka. Viajou pelo mundo inteiro com a mesma energia de sempre. Embora por vezes o cansaço se acumulasse. «Dormia em todo o lado, até no palco enquanto eles estavam a montar as coisas. E aconteceu-me ficar tão rouca que tive de levar injeções de cortisona para recuperar a voz.»

Quando, há um ano, os rapazes a chamaram para uma reunião, ficou animada: «Pensei que iam pedir para eu ficar a tomar conta da página do Facebook dos Buraka.» A notícia era outra. «Agora vou ter mais tempo para as minhas coisas.» Blaya dá workshops e aulas particulares de pack bunda e kudafro, modalidades que tanto atraem mulheres bem-sucedidas dispostas a conquistar glúteos de aço como miúdos de escolas e senhoras de 70 anos. Além disso, quer repetir o Afro-Battle, um concurso que junta bailarinos de afro house e de kuduro, e continuar a sua Dance Project Tour pelo país. E talvez agora consiga voltar a escrever.


RIOT, O HOMEM DOS RITMOS

Rui Pité é filho de mãe portuguesa e pai moçambicano, com raízes indianas.

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A única exigência que Rui Pité, 37 anos, se lembra de os Buraka terem feito em dez anos de tournées foi que lhes pendurassem no backstage um poster do apresentador Fernando Mendes, do Preço Certo, em tamanho real. O pedido só foi atendido uma vez, mas ninguém reclamou. Os Buraka foram sempre fáceis na estrada, desde o tempo em que faziam tudo, desde transportar, montar, desmontar e transportar todo o equipamento de som. A primeira digressão deixou Rui tão exausto que quase desmaiou em palco.

Cresceu na Reboleira a ouvir os discos do pai, que tanto gostava de música brasileira como de Pink Floyd e marrabentas de Moçambique, onde nascera. O miúdo começou cedo a dedicar-se à bateria que comprara no Pão de Açúcar da Amadora, com a ajuda das poupanças da avó Rosa. Todos os dias montava e desmontava tudo na sala. De vez em quando, o vizinho de cima tocava à campainha. «Ele também era baterista e ia lá dizer: “Estás a fazer isso mal!”» Conheceu João Barbosa no Liceu da Amadora e como ele tocava guitarra formaram uma banda, no tempo em que o mundo andava rendido ao grunge de Seattle. Em pouco tempo passaram a fazer música com um software pirateado, no computador do pai de Rui, e a tocar ao vivo. Entretanto, Kalaf entrou na história e gravaram o álbum de 1-Uik Project. O projeto «teve o seu hypezinho» e a Enchufada chegou ao Lux. RIOT, como é conhecido, ainda se lembra de pensar: «Vamos pôr esta música de pretos da periferia a tocar no clube mais fashion de Lisboa. Foi a loucura total.» É a génese dos Buraka.

«Fomos ao mercado da Praça de Espanha e comprámos uma data de CD de kuduro porque precisávamos de matéria-prima.» O som arrasou no Clube Mercado, no Bairro Alto. «Era uma mistura de hipsters, chungas da Damaia, tias de Cascais e gente normal, tudo a soltar a franga.»

A partilha das primeiras faixas de Buraka, já com Andro Carvalho, trouxe-lhes um pedido e um convite feito pelo produtor americano DJ Diplo: queria usar a música deles e desafiá-los para tocar em Londres. Por cá, logo no ano de estreia, 2006, Luís Montez, da Música no Coração levou-os ao Festival Sudoeste. «Foi como uma viagem a 250km/h, contínua, que nunca parou.»

No início do verão do ano passado, os quatro fundadores dos Buraka Som Sistema combinaram um jantar no restaurante Solar dos Nunes, em Alcântara, Lisboa. Todos sabiam porquê. «Sempre fomos inconformados, não nos vemos a fazer as mesmas coisas só porque sim. Dez anos são muito tempo. Quisemos sair em cima. Cada um de nós, a solo, tem coisas para mostrar.» Apesar da decisão, nessa noite, a sobremesa trouxe-lhes uma surpresa doce. No prato,alguém escrevera no prato, com chocolate, uma frase do tema Tira o Pé: «A Buraka é dona do terreno.» «Não queremos matar Buraka, mas transformá-la numa coisa diferente. O último concerto é o início do projeto Globaile, que vai trazer a Lisboa bandas de todo o planeta. Talvez aí seja o único sítio onde vamos ver Buraka todos os anos.» Rui vai agora trabalhar no seu próprio estúdio, na Amadora. Está a produzir um álbum a solo, que contará com a participação de outros artistas. Em 2017, conta ainda intensificar a parceria com o músico americano Mikal e com a editora Metal Heads, e ressuscitar a residência Fala Baixo que tinha no Musicbox, em Lisboa.


KALAF, O INTELECTUAL

Kalaf Epalanga nasceu em Angola, filho de angolanos.

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Tinham pouco dinheiro e um problema para resolver: ou recuperavam os ficheiros do segundo álbum de 1-Uik Project, parcialmente perdidos, ou apostavam cada cêntimo no som que galvanizara o Clube Mercado, no Bairro Alto, nos últimos quatro meses. Estavam neste impasse quando Kalaf entrou nos estúdios da produtora Enchufada, em Campo de Ourique, com uma solução pouco ortodoxa. Sugeriu que consultassem o I Ching, um oráculo chinês que despertara o interesse de personalidades como Carl Sagan, entre outros. O resultado apontou para Buraka Som Sistema. A decisão estava tomada e o primeiro álbum da banda saiu ainda em 2006.

Kalaf Epalanga Angelo nasceu em Benguela, Sul de Angola, em 1978. Era o segundo de quatro irmãos e aprendeu desde cedo a viver num país em guerra. Os pais, uma funcionária pública e um médico, proibiram os brinquedos bélicos em casa e os miúdos jogavam à bola e andavam de bicicleta. Nas festas de quintal, dançavam kizomba, semba, Michael Jackson e Cool and the Gang, rumba, merengue e salsa.

O risco de o irmão mais velho ser incorporado nas Forças Armadas levou os pais a mandarem os rapazes para Portugal, onde o pais estava a terminar a especialidade. Kalaf tinha 17 anos e veio tão contrariado que, durante dois anos, não desfez a mala. Até que se rendeu. «Percebi que conseguia escrever. Tentei ser rapper, mas não tinha talento para tal. Faço tudo mal com a música.» Ainda experimentou o rock antes de se encantar pelos meandros do Hot Clube e por movimentos como o Harlem Renaissance, sem nunca esquecer as influências africanas e brasileiras.
Nos primeiros tempos em Lisboa, entregou pizas. Até que começaram a pagar-lhe para recitar Pessoa, Sá-Carneiro, António Jacinto e Viriato da Cruz. «Virei performer. Sentia que tinha alguma coisa a dizer.» Passou a dar-se com gente como DJ Johnny e Zé da Guiné e cruzou-se com João Barbosa, o Branko dos Buraka, de quem se tornou sócio na editora Enchufada. E os dois perceberam que deviam procurar um som inovador nas periferias de Lisboa.

Com Rui Pité, amigo de João, gravaram um álbum numa semana. Chamaram ao projeto 1-Uik Project. Foram ainda fazendo outras experiências que apresentaram, por acaso, nas festas que se seguiram aos concertos de apresentação de um álbum de Melo D produzido pela Enchufada — primeiro no Lux, em Lisboa, depois na Casa da Música, no Porto. Foi lá que Kalaf disse ao microfone qualquer coisa como: «Este é o som da periferia de Lisboa. Este é o som da Reboleira, da Amadora, da Buraca.» Dali nasceu o nome da banda, que voltou a juntar-se para quatro festas no Clube Mercado, no Bairro Alto.

Nos dez anos seguintes, os Buraka tomaram conta da vida de Kalaf. Quem o vê de fato azul-escuro de corte irrepreensível, T-shirt preta e óculos de massa, mencionando Vinicius de Moraes, James Baldwin e os poetas da Geração d’Orpheu, do início do século xx, numa voz grave e séria, dificilmente o imagina aos saltos no palco. Ainda assim, nunca deixou a escrita. As crónicas que escreveu para o jornal Público levaram Zeferino Coelho, o histórico editor de Saramago, a desafiá-lo a publicar o primeiro livro, Histórias de Amor para Meninos de Cor. Seguiu-se O Angolano Que Comprou Lisboa (por Metade do Preço). Com o fim dos Buraka vai ganhar tempo e acabar um dos vários romances que começou. «Fico feliz se conseguir atingir as duas mil palavras por dia, três páginas.» Para já, isso é prioritário. Não deixa a Enchufada nem a música e quer que o Globaile, o festival de música eletrónica que os Buraka vão organizar anualmente em Lisboa, revolucione a cidade.

BRANKO, O ESTRATEGA
João Barbosa é filho de pais portugueses e cresceu na Venteira, Amadora.

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Os dois meses que João Barbosa passou na Índia em 2000 foram revolucionários. Saiu de Lisboa com três amigos em direção a Mumbai, dispostos a percorrer o enorme país do Sudeste Asiático, sem noção exata do impacto que o confronto com aquela realidade teria nas suas vidas. O contacto com uma cultura tão díspar revelou-se avassalador, mas o legado mais valioso que João trouxe desse percurso foram sete mini-discs, com 45 minutos de sons que recolheu por onde andou. «Tanto podia ser um prato a bater contra qualquer coisa como um miúdo a cantar, que não se calava enquanto eu não lhe desse dinheiro.»

Quando regressou à Venteira, Amadora, onde vivia desde miúdo com a família lisboeta, trouxe um tesouro que mais ninguém tinha e que abria enormes perspetivas às experiências que há anos vinha a fazer com o amigo Rui Pité. «Fui a um sítio longe para caraças e tinha uma matéria-prima brutal. Queria aproveitar aquilo para alguma coisa relativamente válida.» Os dois conheciam-se há anos, tocavam juntos desde miúdos e, na adolescência, chegaram a passar uma tarde inteira a partir copos dentro de uma estrutura feita com uma colchonete de campismo apenas para gravar os sons. Para isso, precisavam apenas de um computador, de um software pirateado e de um microfone comprado no Cash Converters da Amadora. Daí a tornar-se DJ e a começar a tocar no Clube da Esquina, no Bairro Alto, ainda passaram alguns anos, que incluíram uma temporada em Madrid para estudar Audio Engineering. Os pais financiaram-lhe o curso com uma condição: teria de concluir a licenciatura em Direito. «De manhã ia às aulas na Católica e depois do almoço já estava na Amadora a fazer som.»

Em 2002, o avô cedeu-lhe o espaço em Campo de Ourique onde ainda hoje ficam os estúdios da Enchufada, a editora que fundou com Kalaf Epalanga e um amigo, Zumbi Ya Ferreira, que o ajudaram nas obras de reconversão. Três anos depois, Lil’ John, que também se chamou J-Wow antes de atuar como Branko nos Buraka, já era um nome conhecido no meio da música eletrónica lisboeta. «No Clube da Esquina, conheci um coletivo de DJ chamado Cooltrain Crew, onde estava o DJ Johnny que ouvia a música que eu e o Rui fazíamos.» A convite da Cooltrain e já com Kalaf a bordo, Branko e RIOT prepararam um programa de duas horas para a Rádio Marginal. Cresceram, mostraram trabalho no Lux, na Casa da Música e nos míticos concertos do Clube do Mercado, em 2006. Até que gravaram From Buraka to the World, o primeiro álbum dos Buraka Som Sistema. «Mandámos fazer mil CD, vendemos 500 para a Fnac, que pediu mais 250 ao fim de uma semana. Cada um tinha uma capa diferente, porque eram impressas em cartão de supermercado de várias marcas.»

Branko lembra-se da rapidez com que tudo aconteceu daí para a frente, de muitas enchentes, mas também de alguns concertos vazios. «A primeira vez que tocámos no festival Eurosonic [onde atuam bandas de toda a Europa] foi uma desilusão: começámos com quatro pessoas no público e acabámos com 15. Em 2010, no mesmo evento, recebemos o European Boarder Breakers Award [atribuído anualmente pela Comissão Europeia a dez músicos com carreiras de sucesso fora dos seus países]».

Na última década, Branko fez o que pôde para além de Buraka. No ano passado viajou pelo mundo para gravar a solo o álbum Atlas e o documentário Atlas Unfolded, rodado em cinco cidades onde se cruzou com outros músicos: Lisboa, São Paulo, Amesterdão, Nova Iorque e Cidade do Cabo. Está disponível online. Agora vai dedicar-se mais à Enchufada e começar a preparar para a RTP uma série de programas sobre as melhores bandas de música eletrónica de oito metrópoles globais. A estreia está prevista para 2017.