6 passos para reduzir o colesterol em três semanas

Mais de 50 por cento dos adultos portugueses até aos 35 anos têm colesterol elevado. E muitos não sabem. Quem o garante é a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, que lhe ensina agora como combatê-lo.

1 MANTENHA-O SOB VIGILÂNCIA
Sabe qual o valor do seu colesterol? O primeiro passo para o reduzir é saber que precisa de o fazer. Para isso, tem de o avaliar. Ao contrário de outros fatores de risco, o colesterol é um inimigo quase sempre muito silencioso. Sem sintomas. Estima-se que cerca de 50 por cento da população portuguesa adulta até aos 35 anos tenha o colesterol elevado, mas a grande maioria não o sabe. Um dos mitos que ajudam a promover este desconhecimento é a ideia feita – embora errada – de que as pessoas jovens ou magras não têm colesterol. A tendência é começar a avaliar o colesterol cada vez mais cedo – pode mesmo começar- se o controlo na infância, se existir história familiar de doença cardíaca ou pais com colesterol alto precocemente.

2 SOMOS (MESMO!) O QUE COMEMOS
As gorduras saturadas e as gorduras trans atuam diretamente na subida dos níveis de colesterol LDL (o colesterol mau) e, pelo contrário, as gorduras insaturadas aumentam os níveis de colesterol HDL (o colesterol bom). Através da alimentação, ao reduzir a frequência e quantidade de consumo de carnes vermelhas, produtos de pastelaria, lacticínios gordos e alimentos fritos e, paralelamente, aumentando o consumo de fruta, legumes, leguminosas e cereais integrais, é possível mudar os valores de colesterol bom, mau e total. Além de observar as indicações da roda dos alimentos, uma das melhores referências a ter em atenção é que não existe colesterol nos produtos de origem vegetal.

3 ESTERÓIS VEGETAIS, ESSES AMIGOS PRECIOSOS
Os esteróis vegetais – extratos naturais das plantas que têm uma estrutura muito semelhante ao colesterol – bloqueiam a absorção do colesterol pelo organismo. Os alimentos enriquecidos com esteróis vegetais são recomendados por várias instituições mundiais de referência como a World Heart Federation, a British Heart Foundation e a Organização Mundial de Saúde como uma medida indispensável para a redução do colesterol total e do mau colesterol (colesterol LDL). Vários estudos têm demonstrado que dois gramas diários (barrados no pão, ingeridos num iogurte) podem descer o colesterol em cerca de 7 a 10 por cento e em apenas duas a três semanas – se acompanhados de um estilo de vida saudável.

4 CORRA MAIS, FUME MENOS – OU NÃO FUME
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia é perentória: a atividade física pode salvar-nos a vida. Exercitar o corpo durante meia hora, no mínimo, vários dias por semana, tem um papel fundamental no controlo e prevenção de fatores de risco cardiovascular, como a pressão arterial alta, a obesidade e, claro, o colesterol elevado. O tipo de exercício físico mais adequado para cada um deve ser discutido com o médico, de forma a ser ajustado às necessidades e às potenciais limitações. E os resultados podem ser bastante rápidos: muma semana é suficiente para começarem a sentir-se os benefícios. Outro ponto de partida essencial para intervir nos níveis de colesterol é parar de fumar. Além de ser o primeiro fator de risco modificável na morbilidade e mortalidade prematura, o tabaco, ao danificar as paredes arteriais, torna-as mais propensas a acumular depósitos de colesterol e intervém na diminuição do nível do colesterol bom.

5 MENOS STRESS
O stress é inimigo da saúde em geral e do coração em particular. Mesmo sem ser possível medi-lo com exatidão, a sua relação com o aumento da tensão arterial e com os níveis de colesterol é conhecida há muito. Os resultados de alguns estudos científicos mostram que quando somos submetidos a situações de stress podem acontecer subidas temporárias dos níveis de colesterol sanguíneo. Não só os níveis de ansiedade levam o fígado a produzi-lo em maiores quantidades como se for contínuo o organismo tem dificuldade em eliminá-lo da circulação sanguínea.

6 LEVE O PROBLEMA A SÉRIO
Estima-se que cerca de um quarto dos portugueses apresente colesterol de risco elevado (>240 mg/dl) e 45,1 por cento de risco moderado (190-239 mg/dl). Os números são preocupantes, mas um estudo europeu recente veio demonstrar que, de todos os que têm o colesterol elevado, apenas 27 por cento tomam medidas efetivas  na sua redução. Acompanhamento e apoio do médico são sempre aconselháveis, e, para quem tem o nível muito elevado (> 280 mg/dl), pode ser necessário recorrer a medicação, em complemento a cuidados relacionados com estilo de vida e dieta.

QUAIS OS NÍVEIS DE COLESTEROL RECOMENDADOS?
+ COLESTEROL TOTAL
Inferior a 190 mg/dL
+ LDL (COLESTEROL MAU)
Inferior a 115 mg/dL
+ HDL (COLESTEROL BOM)
Superior a 40 mg/dL em homens e 45 mg/dL em mulheres
+ TRIGLICÉRIDOS
Inferior a 180 mg/dL (com exceção dos diabéticos e dos obesos, em que se pretendem valores <150 mg/dL
+ COLESTEROL TOTAL/ COLESTEROL-HDL
(índice aterogénico) < 5

FONTE: SOCIEDADE PORTUGUESA DE ATEROSCLEROSE