Tiago, o ativista

É jovem, é estudante e é um grande defensor dos direitos das mulheres. A luta contra a violência doméstica é a sua causa. Para já, faz trabalho voluntário com vítimas. No futuro, quer ser advogado e defendê-las.

Aos 22 anos, Tiago Landreiras, estudante do quarto ano de Direito na Universidade Católica do Porto, é um fervoroso ativista de direitos humanos empenhado na prevenção e no combate à violência contra as mulheres. Tudo começou quando entrou para a faculdade. «Foi nas aulas que despertei para uma realidade que ocorre sobretudo no espaço privado e que em Portugal só tem visibilida­de devido às consequências trágicas que comporta.» Tiago refere-se às 356 mulheres que, entre 2004 e 2013, foram assassinadas pelos companheiros e ex-companheiros. E deixa o alerta: «Esta é a face visível de um problema maior, pois são milhares as mulheres que continuam a ser maltratadas e que não têm meios ou não sabem como quebrar o ciclo de violência de que são vítimas.»

Tiago quer ser advogado. E quer trabalhar com vítimas. Porque os direitos humanos das mulheres precisam de ser protegidos e realizados. Por isso, acredita que a informação, a sensibilização e a educação são fundamentais para prevenir a violência de género. Em 2009, organizou sozinho, no Porto, a primeira marcha contra a violência doméstica, uma iniciativa que passou a repetir-se todos os anos a 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, e que já conta com o apoio da União de Mulheres Alterna­tiva e Resposta (UMAR), da Associação Portuguesa de Apoio à Vitima (APAV) e da Secretaria de Estado da Igualdade.

Entretanto, Tiago começou a fazer trabalho voluntário na Associação Democrática de Defesa dos Interesses e da Igualdade das Mulheres (ADDIM), uma organização que presta apoio a vítimas mas que também leva a prevenção e a sensibilização às escolas do ensino básico e secundário. «É preciso trabalhar a violência contra as mulheres, a violência no namoro e o bullying de forma sistemática e em todos os ciclos de ensino. Informar é determinante para acabar com os preconceitos e com os estereótipos e esse é um trabalho que deve começar a ser feito o mais precocemente possível.»