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Há muitos mitos relativamente às gorduras e ao que elas fazem ao nosso corpo. Mas afinal, porque são tão importantes? A nutricionista Helena Cid responde.

As gorduras são indispensáveis à vida?
_Sim. Porque fazem parte das membranas das células. São o único veículo de transpor­te das vitaminas A, D, E e K, fornecem energia, regulam a temperatura corporal, ajudam na produção das hormonas e contribuem para a sensação de saciedade. São essenciais pa­ra o crescimento e desenvol­vimento saudável das crian­ças e são boas para o coração. A Organização Mundial da Saú­de recomenda que o consumo diá­rio de gorduras e deve ser responsável por cerca de 30% das nossas necessidades caló­ricas diárias. Deverão ser in­geridas em doses moderadas, quer as que adicionamos na confeção quer as escondidas.

As gorduras são boas ou más?
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As gorduras saturadas e as gorduras trans são prejudi­ciais à saúde. Pelo contrário, as gorduras monoinsaturadas e as polinsaturadas são mais saudáveis. As gorduras satu­radas encontram-se maiori­tariamente em gorduras ani­mais e latícinios gordos ou meio gordos. São perigosas pa­ra a saúde porque aumentam o colesterol total e o mau coles­terol, influenciam negativa­mente a insulina e estão rela­cionadas com alguns tipos de cancro, encontrando-se tam­bém associadas a um risco de diabetes e doença coronária. As gorduras de origem vege­tal são maioritariamente ricas em gorduras mono e polinsa­turadas (ómega 3) . São pobres em gordura saturada e não contêm colesterol. São consi­deradas as gorduras mais sau­dáveis e ajudam a prevenir as doenças cardiovasculares.

Onde podemos encontrar estes tipos de gordura?
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As gorduras saturadas encon­tram-se essencialmente nas gorduras de origem animal como a manteiga, natas, ou lei­te, queijo, carnes vermelhas, carnes gordas, enchidos, etc. As gorduras mono e polinsa­turadas encontram-se espe­cialmente em alimentos de origem vegetal como os óleos vegetais (girassol, linha­ça, colza, soja, etc.), os cremes vegetais para barrar e cozi­nhar, os frutos gordos (nozes, amêndoas), as azeitonas e os peixes gordos ( sardinha, cavala, salmão, atum, etc). Sabemos que durante o dia ra­pidamente ultrapassamos o valor recomendado de gordu­ra saturada e ficamos aquém do consumo de gordu­ra polinsaturada (ómega 3), inferior ao recomendado. Assim, devemos escolher com cuidado os alimen­tos. Simples trocas: trocar carnes verme­lhas por peixe ou car­nes brancas, pão com manteiga por creme vegetal para barrar (reduz cerca de 73%-76% de gor­dura saturada.

Porque é que o ómega 3 é bom para o coração?
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Como o nosso organismo não o consegue produzir, a úni­ca forma de o obter é através da alimentação. Vários estu­dos têm demonstrado os seus efeitos benéficos para a saúde, especialmente para a saúde cardiovascular. O ómega 3 é bom para o co­ração, uma vez que tem uma ação direta nos nossos vasos sanguíneos. Ajuda a manter a sua elasticidade e flexibili­dade podendo assim o san­gue flui melhor. O aumento do fluxo sanguíneo contribui para um melhor fornecimen­to de oxigénio e nutrientes a todas as células. Alguns es­tudos indicam que o óme­ga 3 podem ter um papel ati­vo na prevenção das arrit­mias cardíacas e na formação da aterosclerose. Mostram que quando se reduz o con­sumo de gordura saturada e se substitui por polinsatura­da há uma melhoria ao nível cardiovascular.

QUEM É HELENA CID?
É nutricionista da Becel e todas as quartas-feiras, responde a dúvidas e aborda diversos temas relacionados com alimentação saudável.

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