Vídeos porno de famosos circulam pela internet (ou talvez não)

REUTERS/Toby Melville

Uma cena de pornografia com figuras conhecidas do grande público, como a atriz Emma Watson. Políticos como o ex-presidente americano Barack Obama com discursos adulterados para algo completamente diferente da mensagem original. Esta é a moda do “deep fake” que alastra pelas redes sociais e preocupa quem combate a fraude na internet.

Os vídeos que mais têm circulado sugerem pornografia com nomes famosos como protagonistas. São falsos. O que os autores desta brincadeira séria se limitam a fazer é pegar em atos de cariz sexual protagonizados por atores porno e substituir os rostos deles pelos de figuras públicas.

Outro caso a preocupar as autoridades em todo o mundo, dado o vazio legal para combater casos de usurpação da identidade, diz respeito à manipulação dos discursos de políticos.

Segundo a britânica BBC, foram já registadas situações de vídeos com discursos de eminentes figuras da política sobrepostos por mensagens opostas ao que elas originalmente afirmaram. Uma forma de deturpar a realidade e de tentar levar os mais incautos ao engano cibernético.

O site Gfycat tem sido dos mais prolíficos a publicar ambos os géneros de publicações enganadoras. Já foi notificado a retirar da net as imagens e sons falsos, sob pena de duras sanções legais.

Além de famosos, também anónimos têm sido enganados. Mais uma vez, tem sido complicado contornar, por exemplo, casos de quem divulga vídeos com a cara da ex-companheira ou ex-companheiro em posturas sexuais de outrem, naquilo que já foi apelidado de porno da vingança.

Tudo isto é fácil de fazer. Demasiado fácil: uma simples aplicação, a FakeApp, consegue fazer o trabalho sujo. O sucesso tem sido tanto que mais de 100 mil pessoas fizeram o download.

Especialistas dizem que, para já, ainda é fácil conseguir distinguir os vídeos falsos. Mas avisam que não demorará até que os programadores os melhorem de tal forma que será praticamente impossível distinguir a verdade da mentira. E aí as proporções podem ser bem mais preocupantes.