Filhos: como evitar birras ou cenas quando vai sair com eles

Texto Sílvia Lapa/CADIn * | Ilustração Shutterstock

Sabemos que às vezes os pais pensam duas vezes antes de ir jantar fora com os filhos, fazer uma viagem longa de carro ou viajar de avião. Não obstante personalidades diferentes e o facto de algumas serem mais «calmas» e outras mais «irrequietas», todas as crianças precisam de estímulo para se manterem sentadas por mais de uma hora seguida. Que é o que se pretende num restaurante, num carro, num avião…

Mais de metade dos pais já admitiram ter usado dispositivos tecnológicos como smartphones e tablets para entreter os filhos. A tecnologia é obviamente uma alternativa viável e prática para ocupar os pequenos por algum tempo, mas não é a única e deve ser encarada como uma das dezenas de alternativas que existem e usada com moderação.

Existe uma solução simples, divertida e não tecnológica? Sim.

A chave para que geralmente corra bem inclui planeamento e regras. Planeamento significa que não se deve sair de casa sem primeiro preparar uma mochila ou um saco com material, em inglês «busy bag», que como o nome indica tem a presunção de manter os miúdos ocupados. Deve manter o suspense e ir retirando um objeto de cada vez, como se de surpresas se tratasse.

As regras são alguns aspetos-chave que devem ser transmitidos como condição para que possam participar nestes «eventos de adultos» e que terão de mostrar que são crescidos e merecedores de repetir.

NO RESTAURANTE

Ir a um restaurante com os filhos é talvez a situação mais frequente, mas nem por isso mais fácil de gerir. O segredo e também a dificuldade é mantê-los sentados enquanto a refeição não chega. Aqui, a dupla planeamento/regras é preponderante. São precisas atividades silenciosas, que ocupem pouco espaço e que se arrumem facilmente depois de utilizadas. Os livros, o material de desenho, os blocos de construção, as bonecas e os carrinhos estão no top 5.

NO CARRO

As viagens longas de carro são uma necessidade e também um desafio à paciência de todos. «Mãe, já chegámos?» ou «Falta muito?» são alguns dos sinais de que a viagem não está a ser fácil. Podemos ver estas situações como um incentivo à criatividade. Existem várias atividades simples, que incluem toda a família e que permitem promover capacidades de atenção, de contagem das pontuações que cada um tem, de linguagem (as cores, as letras, etc.). Pode usar uma sapateira portátil de tecido que aplica nas costas do banco da frente para ter os brinquedos sempre à mão.

NO AVIÃO

As viagens de avião motivam o receio de muitos pais. O avião tem um espaço limitado e não permite paragens. A boa notícia é que a tripulação dos aviões está acostumada a estas situações e costuma ajudar pais de crianças pequenas como pode. Reúna alguns brinquedos num trólei ou numa mochila que a própria criança possa transportar.

Finalmente, esteja descontraído e disponível. As crianças são muito reativas à energia dos pais e tendem a pedir muita atenção em situações fora da rotina. Divida tarefas com outro adulto por forma a haver disponibilidade para as crianças e algum sossego para os adultos.

Os principais conselhos para qualquer uma destas situações são: vá relaxado, mostre entusiasmo, inclua as crianças no planeamento do evento, não leve coisas a mais, não esqueça o peluche de estimação do seu filho e tenha toalhitas e lenços sempre à mão.

Veja algumas sugestões do que levar para os entreter no restaurante, no carro ou no avião na nossa fotogaleria.

* Parceria com o CADIn (Centro de Apoio ao Desenvolvi­mento Infantil), onde Sílvia Lapa é técnica de educação especial e reabilitação e terapeuta da fala.