Tape Face: calado é um poeta

a carregar vídeo

Ninguém conhece Sam Wills. Mas há milhões de pessoas que conhecem Tape Face, o rapaz com a fita na boca, que na verdade é uma e a mesma pessoa.

Finalista da edição de 2016 do concurso televisivo America’s Got Talent, Wills vai estar em Lisboa na próxima segunda e terça feiras, 25 e 26 de setembro, para dois espetáculos no Tivoli. E, por Skype, diz-nos que vai voar e disparar armas em cima do palco, mas não vai dizer uma única palavra.

Wills é herdeiro de uma vasta tradição de performers silenciosos, e tem o mundo inteiro a aplaudi-lo por isso. Este espetáculo que vem agora a Lisboa, aliás, recolheu o aplauso consensual da crítica.

A Time Out londrina diz que a peça é «verdadeiramente espetacular, infinitamente inventiva e histericamente divertida».

A Time Out londrina diz que a peça é «verdadeiramente espetacular, infinitamente inventiva e histericamente divertida». O Guardian diz que «Wills é o último grito em comédia silenciosa» e o Times diz que o espetáculo «não é nada mais nada menos que uma hora de técnica artística absolutamente deliciosa».

Ele, no entanto, define-se a si próprio como alguém introvertido. «Nem sequer me considero um mimo, eu sou um entertainer.» Então não bebe inspiração de Marcel Marceau? «Não». Charlie Chaplin? «Nem pensar.» Quem? «Buster Keaton foi uma grande referência.»

Para todos os efeitos, considera-se um comediante. «É isso que faço, performance humorística. Permanecer silencioso é uma opção, funciona bem, as pessoas parecem gostar.» Parece que sim: só os seus vídeos no YouTube somam 25 milhões de visualizações.

a carregar vídeo

Eis o homem

Nasceu na Nova Zelândia em 1978, afirmou-se como entertainer em Inglaterra e conquistou o mundo nos Estados Unidos da América. Já era conhecido como humorista, mas foi com uma fita a tapar-lhe a boca que se tornou reconhecível no mundo inteiro.

Os primeiros passos na comédia deu-os aos 13 anos, na sua cidade natal de Timaru. Era palhaço nas ruas, auxiliar de um artista mais velho, e acabou por diplomar-se em Novo Circo. Fazia espetáculos em bares e almoços de empresa.

Em 2001 ganhou o primeiro de vários prémios da sua carreira, foi considerado o melhor novo rosto no programa televisivo neozelandês Pulp Comedy. Nessa altura, fartava-se de falar nas suas atuações.

Os primeiros passos na comédia deu-os aos 13 anos, na sua cidade natal de Timaru, nova Zelândia. Era palhaço nas ruas.

Tape Face nasceu em 2008, num festival de comédia em Melbourne. Foi aplaudido por toda a gente e então Wills decidiu levar a figura de um rapaz com uma fita na boca para Londres, onde conheceria a mulher e acabaria por estabelecer-se.

A partir daí, começou a ser conhecido no mundo do humor. «Estive em todo o mundo a atuar com esta e outras performances.» Até veio duas vezes a Portugal, participar em festivais de comédia.

Não imaginava o impacto que iria angariar com a sua participação no concurso America’s Got Talent. Mas foi aí que as coisas explodiram. Para o homem que sempre quis fazer piadas, o silêncio tornou-se o melhor remédio.