Solidariedade pelos amigos de quatro patas

Texto de Ana Patrícia Cardoso
Arquivo DN

Depois de ter sido atropelado por um carro na baixa de Lisboa, Totó recebeu cuidados clínicos da enfermeira veterinária Sofia dos Prazeres Major no posto da Liga Nacional de Defesa dos Animais. Tinha sido levado para ali por José Cardoso, «guarda exclusivo» da instituição, que patrulhava as ruas da capital à procura de animais feridos e intimava os donos, sob pena de multa, a levá-los ao centro.

O Diário de Notícias publicava, a 17 de janeiro de 1929, este exemplo enternecedor para retratar o trabalho desenvolvido pela liga, fundada a 6 de março de 1923 (seguia o exemplo de uma outra organização, a Sociedade Protetora dos Animais, criada em 1878, e que já tinha estendido a missão ao Porto).

Seis anos após o lançamento, a demanda de serviços era cada vez maior. O diário dava conta de que a liga tinha «alargado os seus serviços ao ponto de estabelecer um internato para cães e outro para gatos cujo estado exige um cuidado permanente». Esta é, aliás, a génese dos centros de acolhimento para animais que hoje conhecemos.

A instituição continua a desenvolver um trabalho ativo na melhoria das condições de vida dos animais, seja na recolha de alimentos, através de campanhas anuais, na assistência a famílias carenciadas de cuidados veterinários, ou no apoio às diversas associações que cuidam dos amigos de quatro patas.

Num país onde há 5700 veterinários no ativo (o ensino das Ciências Veterinárias começou, em 1830, na primeira Faculdade de Medicina Veterinária do país, em Lisboa), é a dedicação, a maioria das vezes voluntária, que sustenta a continuidade deste tipo de projetos.

 

Cães com chip

Desde julho de 2008, a lei obriga a que todos os cães nascidos em Portugal sejam identificados com um microchip sob a pele no pescoço e registados nas juntas de freguesia mais próximas.