Um palco para três

Ruy de Carvalho festejou 90 anos a 1 de março, no palco do Salão Preto e Prata do Casino Estoril. É no palco que faz a sua vida e foi também o palco que conquistou o filho João e o neto Henrique. Entre os três atores, tudo somado, há mais de 130 anos de peças, guiões, argumentos, textos decorados, encenadores ou realizadores. Juntámos os três em casa do patriarca, para falarem da arte da representação, dos sonhos, das memórias. E de palhaços.

Mar à vista a partir da sala de um quarto andar em Paço de Arcos, arredores de Lisboa. É esconderijo de uma «desarrumação arrumada», o lugar da sua «confusão». Ruy de Carvalho sabe onde está tudo e só se perde na própria casa quando Cecília, a empregada de anos, «arruma o que está arrumado». O filho, o ator João de Carvalho, «tem a mania das limpezas». Chegou cedo a casa do pai. Henrique de Carvalho, neto de Ruy e sobrinho de João, também ator, «deve estar a chegar». «Ao João vejo-o mais vezes. Já ao meu neto, filho da minha Paula, vejo menos.»

Ruy de Carvalho, 90 anos de vida, mais de setenta de palco. A sala está cheia de livros, insígnias, prémios e quadros. Não faltam blocos de apontamentos de todas as cores, revistas, comandos da box e do televisor, frases de Shakespeare impressas em papéis soltos e já amarrotados, de tantas vezes consultados, o guião da nova série da TVI, Inspetor Max. O sofá, seis almofadas, está ao lado da poltrona onde se costuma sentar, a um escasso metro e meio do pequeno ecrã, no qual a Orquestra Sinfónica de Israel toca a quinta de Gustav Mahler dirigida por Zubin Mehta.

As paredes têm pouco espaço vazio. Agora guardam memórias, muitas imortalizadas em fotografias. Como as de Ruth, a mulher com quem viveu 53 anos e que morreu há nove. «Ela chamava-me velho e eu chamava-a velha», sorri. Também há fotografias de Naná, a cadela que o acompanhou para todo o lado durante 16 anos. Morreu no final de 2014. E há palhaços de todas as formas e feitios. «Há quem tenha medo deles», mas Ruy de Carvalho gostava de ter sido um.

A chegada de Henrique à casa do avô traz a arte de representar à discussão, de uma forma natural. Esteve a ver O Camareiro, o telefilme de 2005 com argumento de Ronald Harwood e Anthony Hopkins como protagonista, sobre a vida nos bastidores do teatro. Um argumento que Ruy interpretou, em 2009, no palco do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. «Pior só mesmo As Cinquenta Sombras de Grey. E agora há as segundas sombras, as mais negras, que são ainda piores do que as primeiras», diz João, 62 anos completados a 25 de fevereiro.

«É como o La La Land. Para quem tem noção do que eram os musicais, este filme é de uma tristeza impressionante…» «Mas foi nomeado para 13 Óscares… O Moulin Rouge [de 2001] merecia ter ganho tudo», completa Henrique, de 26. «Ah, este Camareiro não é bem igual [a uma adaptação à grande tela da mesma história, em 1983]», sublinha Ruy. A conversa é de saltimbanco: ora toca esta nota, ora passa para outra. Falar das nove décadas de vida e dos quase 75 de carreira do «paizinho», como João de Carvalho lhe chama, é isso: não ter princípio, meio, nem fim.

Ruy de Carvalho já não vai ao cinema. A última vez foi com o neto, já nem se lembra quando. O título do filme também é coisa secundária. Era um apaixonado, recorda, mas «agora o preço dos bilhetes é um roubo». «Além disso, fizeram muito mal a quem trabalhava nas salas. Havia os arrumadores e essas coisas. Acabou tudo. É como as portagens. Acho bem que exista Via Verde, mas de resto é tudo automático, e isso criou muito desemprego. E olha que eu gosto muito de conduzir, faço-o desde os meus 19 anos.» Começou na tropa, tinha a carta militar. Conduzia ligeiros, pesados, tudo. «Agora tenho de a renovar de dois em dois. Já tenho 90, minha filha.»

A televisão não teve o mesmo destino do cinema. É ela a sua maior distração, quando trabalha para ela e nos tempos livres. Aprendeu há pouco tempo a recomeçar a box quando esta se desliga automaticamente, o que lhe permite apreciar música clássica, noticiários e os «filmes bons». Quais? Aqueles que «sabe bem ver». «Já nem tenho os canais todos [sintonizados], não vale a pena.»

Nove décadas, 116 personagens interpretadas, lê-se no site imdb.com, especializado em atores, cinema e televisão. Ruy de Carvalho perdeu-lhes a conta. Está cansado. Nas últimas semanas desdobrou-se em entrevistas. Que pergunta é que nunca lhe fizeram? «Acho que já me perguntaram tudo… e perguntam-me muitas vezes a mesma coisa, o que é sempre trágico. Qualquer dia tiro papéis do bolso com as respostas», brinca, imitando o gesto.

«Olha, meu amor, perguntaram-me poucas vezes se gostaria de ter sido outra coisa que não ator, embora já tenha dito que gostaria de ter sido médico. Mas acho que o que nunca me perguntaram foi de que especialidade.»

É a união entre a matéria e o espírito que o fascina. Se pudesse, teria sido hematologista. O homem do sangue, «aquele que pode salvar pessoas com leucemia.» O filho compreende. Afinal, «de todas as ciências, a medicina é a mais humanista. Daí existirem tantos artistas que são médicos». Como o Palhaço Porto [1888-1941], acrescenta Ruy, um dos melhores do mundo e que era também neurologista. «Ele teve de ir para fora, para Paris, que neste país os palhaços não vingam.» Ou ainda Álvaro Malta, o obstetra que fez nascer João e Henrique e que foi colega de Ruy no coro do Teatro Nacional de São Carlos, por onde passou na década de 1940. Era baixo e foi aí que aprendeu a colocar a voz e a «pisar muito palco».

Ruy quer mostrar uma fotografia dessa época, depositada junto a «outras minhoquices» num escritório também organizado à sua maneira e cheio de representações de palhaços. «Há aqueles que são más pessoas, como em tudo na vida. Mas o boneco não. O boneco de palhaço deve ser boa pessoa, deve contribuir para a felicidade dos seus semelhantes», explica. «Havia um homem que andava sempre doente e o médico, um dia, disse-lhe para ele ir ver um palhaço que tinha umas artes que faziam rir e curava as pessoas. Mas o palhaço era ele. O doente era o palhaço… Era o Porto.» E um ator? Um ator não dá felicidade através das figuras que interpreta? «Um ator faz das pessoas palhaços.» Afinal, são elas que lhe dão alegria.

Ruy e João de Carvalho em Palhaço de Mim Mesmo, no Teatro São Luiz (2006).
Ruy e João de Carvalho em Palhaço de Mim Mesmo, no Teatro São Luiz (2006).

A família de Ruy de Carvalho é unida «desde sempre», mas a culpa de pai, filho e neto partilharem a mesma profissão é do palco. Foi ele que os cativou. Como aconteceu com o próprio Ruy, que se deixou influenciar por dois irmãos e dois tios atores. «O meu filho e o meu neto são bons intérpretes e bons espetadores. Gostam de teatro, de música, de ler. Têm bons hábitos.» Ruy não quer vê-los para além disto, não quer avaliar ninguém. Quando assiste a um espetáculo, com ou sem família no palco, não está lá como ator. «Gosto é de me emocionar com as histórias». O apoio que dá é o que também ele recebeu da mãe, uma pianista que sempre compreendeu a paixão do filho, e do pai, oficial do exército que pertencia à Guarda Real de D. Carlos e que nunca se opôs à escolha artística de Ruy.

«Se não houver jeito para a arte não vale a pena», diz Ruy de Carvalho sobre a sua profissão. É uma atividade exigente que nada tem que ver com o que muitas vezes se pensa. «Isto não é improviso.» O ideal é saber-se um pouco de tudo: além da representação, numa peça existe música, bailado, cenografia, guarda-roupa… «Podemos não saber fazer nada destas coisas, mas temos de ter noção do que são e da sua importância.» É olhar para o todo, principalmente em teatro. Já em televisão as valências têm de ser outras. Basta pensar que em cima de um palco há uma exposição global que pede a um ator «todo o seu corpo», ao passo que «na televisão um ator é apenas o que o realizador quer apanhar com a câmara». «Claro que depois há os atores que querem apenas ser famosos», diz Henrique. «As vedetas», acrescenta João. «Oh meus filhos, são os atores de montra», chama-lhes Ruy.

Cada um dos três Carvalhos «vive a arte à sua maneira» e o apelido não representa um peso acrescido. A não ser para «os colegas», concordam todos. Para eles, esses colegas, começam por ser «netos ou filhos de…», recorda João. «Mas isso com o tempo esbate-se.»

Ruy prefere falar da «autodisciplina», acreditando que é ela que leva um ator longe. Só não acredita na perfeição, apenas nas «coisas muito boas». O público e os outros, aqueles que dividem consigo uma cena, são quem importa e são eles que têm de estar «bem». Já chegou a desistir de uma peça, em que o filho também entrava, precisamente por isso. «Disseram-me que eu estava bem. Mas e os outros?», pergunta. A voz sai-lhe mais encorpada e a testa fica franzida.

«Nós fazemos música com palavras», prossegue João de Carvalho. Subir para um palco e desafinar está fora de questão. É o coletivo que está em jogo. Para Henrique, a falta de sintonia vem da procura da substituição da verdade pela técnica. «Onde há verdade há sintonia. Em palco, dizendo com verdade, está tudo correto.» E exemplifica: «Amo-te. Podemos aprender a dizê-lo muito bem, mas às vezes falta profundidade. Falta a verdade. E é isso que eu procuro quando assisto a um filme, a uma peça…» «O mal dos atores é estarem a examinar-se em cena. É aí que perdem a verdade», responde Ruy. «Na prática, só há uma escola: ou temos verdade, ou o que estamos a fazer não resulta», concorda João.

O tempo vai passando. Ruy está preocupado: precisa de ir às compras. Ri-se quando o diz. Não é ele quem cozinha as suas refeições, mas se for necessário não se atrapalha. «Sopas é o que me custa mais fazer. Não acerto na medida da água. Mas faço bem arroz, faço bem massas, faço bem ovos mexidos, tortilhas. Consigo desenrascar-me.»

O filho e os netos – ao Henrique juntam-se os primos Diogo e João Ricardo – também se dão entre tachos e panelas. Aprenderam com a avó Ruth, esclarece Ruy, enquanto neto e filho trocam impressões sobre um palhaço que o primeiro segue nas redes sociais e daqueles que o segundo recorda ter visto ao longo da carreira, iniciada em criança e marcada por uma infância nos camarins ao lado do pai. Compreendem a paixão de Ruy pela figura, mas não a partilham. «O Pamplinas [alter ego de Buster Keaton] era palhaço. O Charlot não era», intromete o «paizinho».

As histórias dos seus 90 anos de vida contaram-se muitas vezes à mesa. Todos conhecem a do vizinho, o senhor Vila de Brito, a quem Ruy chamava sempre «um nome de passarinho». «Era o Beija-Flor», recorda. E dá uma gargalhada. Dizem que não tem jeito para decorar nomes. Há ainda a história do Ribeirinho, o ator Francisco Carlos Lopes Ribeiro, que dirigiu Ruy de Carvalho em início de carreira.

«Ele [o Ribeirinho] era muito violento quando encenava. Um dia disse-lhe que me falava de forma brusca porque eu o respeitava como se ele fosse meu pai. E ele responde-me “caga lá no pai”. Uma merda! Ia-lhe batendo. Se não fosse a Eunice [Muñoz] dava-lhe uma sova. Ele faltou-me ao respeito.»

Foi uma das «três ou quatro vezes» que perdeu as «estribeiras» a nível profissional. «Em termos pessoais nunca aconteceu.» João chegou mais tarde a dirigir Ribeirinho. «Nessas alturas, quando estava só no papel de ator, já brincava. Era indisciplinado. Fazia aquilo que não gostava que lhe fizessem.»

Eunice Muñoz salvou-o nesse dia. É um ano mais nova, estreou-se um ano depois de Ruy. As suas carreiras acabaram por se cruzar várias vezes no teatro e na televisão. «Estar com ela numa peça é maravilhoso, porque ela é diferente todos os dias», diz Henrique. «Mas também havia dias em que não estava bem», acrescenta o pai. «Estava sempre bem», responde o neto. «Ela ia pondo-me doido, meu filho», contrapõe o avô. «Há uma frase que me disseram um dia sobre a Eunice que me ficou para sempre: “Que bem que ela fez isto mal”», intervém João.

Ruy de Carvalho e Eunice Muñoz em Todo o Tempo do Mundo.
Ruy de Carvalho e Eunice Muñoz em Todo o Tempo do Mundo.

«Eu tenho é de ir às compras», volta a dizer Ruy. «Deixem-me só ver o que é que está a dar na televisão.» Aumenta o volume. É piano. «Sabes o que é isto, não sabes paizinho?» «É um concerto», responde. «É russo de certeza», atira Henrique. Era Chopin, o Concerto nº 1. Em casa de Ruy a música confunde-se com representação. Respira-se arte. «Olha, minha querida, também gostava de ir naquele cargueiro que ali está», diz depois de olhar para o mar que se vê da janela. «Já fui uma vez de barco com a minha filha [Paula] para o Brasil. Fui de barco e vim de avião.»

O balanço dos seus 90 anos é igual ao dos anos anteriores. Ao dos dias anteriores, mesmo que não faça anos. O que não quer é deixar morrer o jovem de 18 que, diz, vive dentro de si.

O que lhe alimenta o espírito ao final de sete décadas e meia de carreira é o amor pela arte à qual foi parar por acaso e à qual se rendeu quando aos 8 anos, numa brincadeira, fez uma personagem da «história da Carochinha». Diz nunca ter estado desempregado e nunca se ter preocupado em demasia com algumas desilusões e tristezas que a vida lhe foi dando. Fala da morte com a mesma descontração com que olha a vida: sabe que ela é certa, e isso não o assusta. É do outro lado que acredita que vai encontrar aqueles que já partiram.

Prefere olhar para o futuro, é sempre o que tem na mira. O seu futuro, o dos filhos, o dos netos, o da bisneta. Como o de Henrique, que «devia ter ido para o Conservatório». E volta o pingue-pongue: «Não é o caso de ser bom ou ser mau. É o caso de ser único. É uma escola que pode ter muitos defeitos, mas que dá uma base, isso dá», explica o filho João. «Se eu soubesse aquilo que sei hoje, teria ido. Ficava a conhecer muita gente… E muita gente ficava a conhecer o meu trabalho, o que hoje não acontece», lamenta Henrique. «É entrar no meio e ficar a conhecer colegas de outras artes, que lá também há dança e música», diz Ruy.

Para já não, mas Henrique não põe de lado a possibilidade de frequentar o Conservatório. O futuro o dirá. Quanto a João, acabou recentemente de gravar a série Jacinta, a ser emitida em maio pela TVI, quando se assinalarem os 100 anos das aparições de Fátima. Já Ruy continuará a interpretar a mais recente temporada de Inspetor Max, que regressou ao ecrã do canal de Queluz no dia 27 de fevereiro. E continuará em palco, ao lado do filho e do neto, com Trovas & Canções: Atores, Poetas e Cantores, espetáculo escrito pela filha, Paula, e pelo cunhado, Paulo Mira Coelho, que desde o verão de 2014 o tem levado em digressão por vários teatros do país. Não é cansativo? É. E é por isso que Ruy fica «admirado com as coisas que ainda faz». Mas é no palco, junto do seu público, que um ator gosta de estar. Mesmo que tenha 90 anos.

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QUIZ

O QUE O NETO HENRIQUE SABE SOBRE O AVÔ RUY

Monólogo do Vaqueiro, de Gil Vicente. O que é que esta peça representa para o seu avô?
Foi com essa peça que ele abriu a emissão da RTP. [Primeira peça de teatro emitida em direto pela RTP, em 1957, interpretada por Ruy de Carvalho]

O primeiro ordenado do seu avô foram 400 escudos. O que fez com o dinheiro?
[Ruy aponta para um anel, referindo-se ao que comprou para a mulher] Ele já respondeu.

Que idade tem o «jovem que vive no corpo» do seu avô, como ele costuma dizer?
Henrique: 18 anos. Ele diz sempre 18.
Ruy: É que assim entro em toda a parte! Já sou maior.

João Ferreira. Quem é esta personagem?
Henrique: Não é do Max [série da TVI Inspetor Max, que regressou com nova temporada]?
Ruy: É. Eu sou o avô João.

Em criança, o Ruy era traquina ou um menino exemplar?
Henrique: Das histórias que ouço, acho que era traquina. Começou a fumar com 9 anos, fugia de casa, era conhecido como «O morte».
Ruy: Era! Não gostava que batessem nos mais pequenos e andava eu à porrada. Fazia-me impressão. E às vezes atirava-me aos que faziam maldades

O QUE O PAI RUY SABE SOBRE O FILHO JOÃO

O João era cábula na escola?
Cábula não era. Era preguiçoso e muito dorminhoco e isso prejudicava-o nas aulas.

Qual é o mais recente trabalho do seu filho em televisão?
Ruy: Acho que ele não tem feito muita coisa, devia fazer mais. Mas não me lembro… Ele fez uma coisa recentemente numa novela onde eu entrava, não foi? Não me estou a lembrar, meu filho.
Henrique: Por acaso acho que sei. Não foi o Ministério do Tempo [série da RTP1]?
João: Foi.

Comédia ou drama? O que é que o João prefere?
Ruy: Comédia, mas também gosta de fazer drama. E faz bem.
João: Sim, mas também gosto do resto. Um ator tem de fazer de tudo.
Ruy: É preciso ter cuidado, que ele fala sempre primeiro!

Como se chamava a personagem do João em Vila Faia (1982)?
Ruy: Eu chamava-o o ajudante do Godunha [Nicolau Breyner]. Como é que se chamava?
João: Era o Rafael.
Ruy: O Rafael! Era atiradiço para as empregadas da casa.

V. F. de Xira, 2009.
João: Isso ele sabe.
Ruy: Concorreu à presidência da Câmara. É vereador [sem pelouro].

O QUE O TIO JOÃO SABE SOBRE O SOBRINHO HENRIQUE

Em que série é que o Henrique se estreou?
João: Na novela Olhos de Água.
Ruy: Não. Foi na série SOS Crianças.
João: Pronto, enganei-me. Ele ainda era muito pequeno.

E o papel mais recente em televisão?
João: Acho que foi na Lua Vermelha [SIC, 2010].
Ruy: Não! Ele já fez mais coisas, então não fez?
Henrique: Foi no Ministério do Tempo.

O Henrique gostava de fazer uma carreira internacional?
Claro que sim. Acho que, principalmente, gostava de ir para fora adquirir conhecimentos. Quem não gostaria?

Teatro, cinema ou televisão. Qual destas áreas falta ao seu sobrinho?
João: Cinema.
Henrique: Estão desatualizados. Fiz agora o Al Berto [de Vicente Alves do Ó, estreia no verão].

Que nota teve o Henrique no curso de Interpretação na Escola Profissional de Teatro de Cascais?
João: Não sei.
Henrique: Tive 18.
Ruy: Eu também