A Hollywood que fala português

No rescaldo da festa maior do cinema norte-americano, que este ano teve alguns percalços, contamos as histórias dos portugueses desconhecidos que vivem em Hollywood. Eles mostram que há mais do que cinema na cidade dos sonhos.

 

Paulo Tabuada [Fotografia de Ana Rita Guerra]
Paulo Tabuada [Fotografia de Ana Rita Guerra]

Paulo Tabuada
PROFESSOR DE ENGENHARIA ELETROTÉCNICA
Há drones espalhados pela secretária e uma pilha de livros técnicos com marcadores. O escritório de Paulo Tabuada na Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA) tem uma vista poderosa para a baixa de LA. Licenciado em Engenharia Aerospacial, está na Califórnia há dez anos, mas chegou aos EUA depois de terminar o doutoramento em Engenharia Eletrotécnica no Instituto Superior Técnico em 2002.

«O meu objetivo sempre foi fazer carreira académica em Portugal, mas as oportunidades não surgiram.» O primeiro lugar como professor foi na Universidade de Nordheim, Indiana, onde ficou três anos. O frio de Chicago empurrou-o para oeste, onde se sente em casa. «Aqui na Califórnia, toda a gente tem sotaque. Toda a gente é estrangeira, tem uma cor diferente e ninguém se importa com isso. Na Europa já não é bem assim.»

Ensina cadeiras de Controlo, a disciplina que desenvolve os algoritmos para os sistemas autónomos – carros que se conduzem sozinhos, aviões, drones. «Um dos nossos projetos tem que ver com segurança e um dos meus alunos estava a fazer um circuito para atacar os sensores nas rodas de carros para que o ABS deixasse de funcionar e perdesse o controlo do carro. Eu disse que precisávamos de comprar sensores. Ele disse: “Eu sou do Médio Oriente. Se for dizer que quero atacar um carro tenho o FBI à porta antes de chegar a casa.” E eu não tinha pensado nisso.»

Sente falta da comida portuguesa e da rede de amigos, mas aqui está no topo em termos profissionais. «Há várias coisas completamente diferentes em relação a Portugal. Uma é que as empresas estão todas aqui e podes trabalhar com elas. Tenho um projeto com a Ford, um com a Toyota e outro com uma empresa do setor da Defesa que faz aviões e drones para militares. É fácil trabalhar com as empresas.»

Casado, com um filho pequeno que fala português – embora troque a gramática –, aprecia a diversidade de L.A.. «Eu gosto do facto de eles serem extrovertidos. Eu e a minha mulher estamos sempre a dizer que temos de aprender com eles, chegar ao mesmo nível.» E acena para outra vantagem. «Estás ao pé de Hollywood, podes ir às festas e vês não sei quantas estrelas no supermercado onde vais.»

 

João Pedro [Fotografia de Robert Mora/LA GALAXY]
João Pedro [Fotografia de Robert Mora/LA GALAXY]

João Pedro
JOGADOR DE FUTEBOL
A surpresa transformou-se em sonho realizado. João Pedro Almeida Machado, médio de 23 anos, estava no Vitória de Guimarães quando um olheiro do L.A. Galaxy o contactou. «É o principal clube dos Estados Unidos e fiquei muito contente.» A mudança aconteceu há pouco tempo e por isso o futebolista português ainda está a adaptar-se. Vai viver com a mulher em Redondo Beach, a meia hora do estádio. «A adaptação à cidade tem sido superfácil, não estava à espera que assim fosse.» Está encantado com a receção. Diz que as pessoas são «quentes» e sente-se apoiado pelos colegas do Galaxy. E até tem um amigo de Famalicão a viver em L.A..

O contrato é de três anos mais um, mas as perspetivas podem ser de longo prazo. «Já disse aos meus pais que se a vida correr muito bem até lhes digo para virem também», diz. Mas ressalva que «é um passo muito grande e tem de ser bem pensado ». O primeiro jogo com a camisola do Galaxy aconteceu em Las Vegas, na apresentação contra os San Jose Earthquakes. Perderam por 1-0, mas o treinador Curt Onalfo teceu elogios ao jogador português. No final apareceram adeptos a pedirem autógrafos e fotos com o jovem médio. «Quando eu saía dos jogos no Vitória não tinha disto.» É ainda mais surpreendente porque o futebol não é o desporto-rei nos Estados Unidos.

 

Luís Gonçalves [Fotografia de Ana Rita Guerra]
Luís Gonçalves [Fotografia de Ana Rita Guerra]

Luís Gonçalves
DIRETOR E CIENTISTA CHEFE DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Mudar de país foi sempre uma constante. O engenheiro eletrotécnico nasceu na Inglaterra e cresceu entre o Canadá e o Brasil. Não se nota no sotaque: tem um português perfeito. Nos anos 1990, Luís Gonçalves estudou na Caltech-California Institute of Technology. Terminou o doutoramento em 2000 e sempre pensou que seria professor ou investigador, mas acabou por criar uma startup, a RealMoves, para simular movimento humano com computador. O projeto não deu certo, foi trabalhar com a incubadora IdeaLab. A partir daí entrou na Evolution Robotics Retail, que foi comprada pela DataLogic. É aqui que está a desenvolver o seu trabalho, além de continuar a fazer investigação na Caltech. «Estamos a desenvolver técnicas de redes neurais e inteligência artificial, deep learning, para automatizar a indústria. O robô tem de identificar peças, localizar, calcular o ângulo para as apanhar. Outra aplicação é deteção de defeitos e anomalias numa fábrica.»

Não descarta a ideia de voltar para Portugal, apesar dos projetos que tem a decorrer. «Ultimamente, cada vez que vou a Portugal, quando chega a altura de voltar para cá penso sempre: “Porque é que estou a voltar?” Nunca pensei muito sobre viver em Portugal, mas hoje penso cada vez mais. Talvez porque aqui nunca criei raízes completas, não sou casado, só recentemente comprei uma casa, porque tinha a mentalidade de não saber para onde ia a seguir. Não penso que sou americano, canadiano ou britânico, sou português.»

Lamenta as desigualdades extremas nos EUA e reflete que as empresas é que controlam a economia e o governo. Também explica que todos os seus amigos em LA são estrangeiros: franceses, italianos, suíços. Os americanos têm um modo diferente de ver as coisas. «Acho-os um bocado mais individualistas e superficiais. Se tudo está bem, ótimo. Se precisas de ajuda, estão demasiado ocupados para ajudar.»

 

José da Veiga [Fotografia de Freddie Mendoza]
José da Veiga [Fotografia de Freddie Mendoza]

José da Veiga
ARQUITETO E EMPREENDEDOR

Chegou aos EUA há vinte anos com uma licenciatura em arquitetura e queda para a tecnologia. Teve um ateliê, mas o seu projeto mais notável foi a startup Clicksports, baseada numa invenção técnica. «Um sistema digital para jogos distribuídos, apostas em tempo real.» Correu bem até 2008. «Fazíamos jogos em imensos estádios, todos os dos LA Dodgers em 2009.» A empresa de José da Veiga foi uma das sete parceiras de lançamento do Open Social da Google. Tinham promoções com marcas como AT&T e KFC. «À português, fizemos o networking e o desenrasca. » Arranjaram 1,2 milhões, e o principal investidor era o advogado de Steve Jobs, Skip Brittenham.

«Depois, aprendi umas lições acerca de ter dinheiro. Fazem-se estupidezes. Costumo dizer que tive um MBA de 1,2 milhões.» Apanhou a crise do sub-prime. Os investidores recuaram, os contratos foram cancelados. José passou por momentos depressivos, engordou, deixou a empresa morrer. Trabalhou como consultor de tecnologia, passou por duas empresas de software e em 2013 quis experimentar outras coisas.

Mudou-se para a Technicolor, de onde saiu um spin-off que pretendia construir «o diretório de produtos da humanidade» O projeto não teve o investimento necessário. E voltou a começar de novo: acaba de entrar no Smarter Balanced Assessment Consortium, como diretor de produtos de tecnologia. Com a família instalada, mulher e dois filhos, não pensa em regressar. Faz parte da Portugal Ventures, mas Los Angeles tem uma dinâmica diferente. «É um mundo aberto em negócios, Portugal é um mundo fechado.» Ir todas as tardes de bicicleta ver o pôr do Sol a Santa Mónica, com o filho, certamente ajuda.

 

António Ferraz [Fotografia de Ana Rita Guerra]
António Ferraz [Fotografia de Ana Rita Guerra]

António Ferraz
INVESTIGADOR DA NASA

Está calor e ouve-se o chilreio de pássaros nas horas mortas do início de tarde. António Ferraz aponta para as montanhas. É um prazer trabalhar com este fundo. Está em Pasadena, onde a NASA tem o laboratório de propulsão a jato. Chegou há três anos para trabalhar como investigador, vindo de França, onde terminou o pós-doutoramento. «A NASA tem dois grandes tipos de missões espaciais: as que estudam os corpos celestes, a Lua, Marte, Júpiter, os asteroides, e as de observação da Terra. A minha investigação tem que ver com a observação da Terra a partir de dados espaciais.»

A vida em L.A. não é o que pensava. «Sinto falta de um sentido de comunidade, talvez porque estejamos numa cidade grande.» Tem saudades da praça, de um sítio de convívio onde as pessoas se cruzem. «É tudo muito disperso. São extrovertidos no início, mas depois não se abrem. É tudo pela rama.»

António chega ao laboratório às 08h30, mas é comum às seis da manhã já haver muita gente. Neste momento, o trabalho passa pela monitorização das florestas, com foco nas tropicais, para estimar a biomassa e o carbono – tudo parte dos estudos sobre o aquecimento global. A NASA depende das administrações e a nova, de Donald Trump, não parece muito inclinada para estas preocupações. Mas António e a mulher não têm um plano definido. «Plano a longo prazo não temos, é esse o plano.» Não lhes desagrada a ideia de ficarem por ali, tal como teriam ficado em Paris se esta oportunidade não surgisse. Mas reconhece que subiu na vida. «Em França sentia-me como alguém da classe média baixa, aqui sinto-me classe média alta. Tenho mais poder de compra.»

Natural da Guarda, a intenção inicial era ser professor de matemática. Tirou Engenharia Geográfica em Coimbra e, aos 39 anos, depois de uma década a viver no estrangeiro, encontrou o emprego de sonho. «Há muita diversidade, estamos a uma hora da praia, encostados às montanhas, a uma hora do deserto. O que gosto em L.A., que é uma ideia que muita gente não tem, é ser uma cidade com muita biodiversidade, o que não encontramos nas cidades europeias.» Refere-se aos esquilos ou guaxinins, que vivem paredes-meias com a população, e grande abundância de vida vegetal.

Tem saudades de Portugal, mas não vê possibilidades de voltar. «A carreira de cientista em Portugal não existe.» O que lhe custa bastante? Estar longe do clube do coração, apesar de assinar um serviço para poder ver os jogos. «Todas as semanas, esteja no JPL ou em casa, paro para ver o Sporting. » A coisa não tem corrido bem esta época, mas como qualquer devoto leonino sabe, para o ano é que é.

 

Anna Carvalho [Fotografia D.R.]
Anna Carvalho [Fotografia D.R.]

Anna Carvalho
ATRIZ

Escolheu este nome artístico por ser mais próximo da grafia inglesa. Anna Carvalho chegou há cerca de dois anos, na reta final dos trinta, para cumprir um sonho que em Portugal teve consequências intermitentes. «Queria dar o salto, trabalhar em cinema, é o que adoro.»

Isso aconteceu em 2015, quando concorreu a uma escola e ganhou uma bolsa para o TVI Actors Studio. Chegou em julho, completou os estudos e meteu-se logo em vários projetos: uma peça de teatro no TriStage em La Brea, um videoclip, um documentário sobre atores e cinco curtas, entre as quais The World She Knows, Monday e Entering March, em que interpretou uma astronauta americana.

Anda a absorver a intensa atmosfera que se vive na cidade, onde há sempre um evento ligado à indústria para ir ver. «Este é o sítio certo para as coisas acontecerem. Há imensos castings, embora algumas coisas não sejam tão perfeitas como as pessoas pensam em Portugal. As coisas são mais parecidas com a Europa do que nós pensamos.»

A pressão é mais forte, mas o mercado é gigante. «Há mais papéis disponíveis aqui, em Portugal a indústria não está aberta para toda a gente», lamenta. Uma das vantagens de ser portuguesa e ter experiência internacional (no Reino Unido e Itália) é que pode representar noutras línguas, como italiano e espanhol.

É duro vingar em Hollywood, mas Anna tem uma energia positiva notável, mesmo quando as coisas não correm bem. Relembra os projetos que mais lhe deram gozo fazer em Portugal, como Ossos, de Pedro Costa. Também participou no telefilme Monsanto, fez a longa metragem Acreditam e o filme de ficção científica Quadro Branco. E imenso teatro. «Se correr bem, fico cá. Mas acho que um ator não pode decidir “agora fico aqui”. Um ator pertence ao mundo.»

 

Miguel Oliveira [Fotografia de Ana Rita Guerra]
Miguel Oliveira [Fotografia de Ana Rita Guerra]

Miguel Oliveira
VICE-PRESIDENTE DE DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIO

O meu português é um bocadinho diferente », diz Miguel Oliveira, levantando a voz para superar o barulho da cafetaria em hora de ponta. O sotaque é quase impercetível. O responsável da empresa de videojogos WildTangent nasceu em Viana do Castelo mas cresceu na Alemanha, para onde a família emigrou quando ele tinha 1 ano. Em 1998 fez o percurso inverso, para espanto dos pais. «Decidi voltar para Portugal, para descobrir se sou português ou alemão.»

Licenciado em gestão de empresas, arranjou emprego na TAP, onde fez a reestruturação da área de vendas. Depois a transportadora enviou-o de volta para a Alemanha e em seguida para Paris, a coordenar a área do hemisfério ocidental. Em 2000, de volta a Portugal, estava num relacionamento com uma alemã que entretanto se mudou para L.A.. «Segui o meu coração.» Agarrou a primeira oportunidade de ir para os EUA e instalou-se em São Francisco, onde lançou uma sucursal da Phenomedia, uma empresa de conteúdos de entretenimento.

Depois tornou-se empreendedor: lançou a sua empresa, GameBubbles, já em LA. «Tornámo-nos na Blue Fish Media e o nosso negócio era a criação de canais de jogos em portais online.» Venderam a companhia em 2005 aos criadores de Lara Croft: Tomb Raider, que usaram essa tecnologia para a sua distribuição digital. Depois de passar por outra empresa de jogos, entrou na WildTangent há dez anos, onde é vice-presidente de desenvolvimento de negócio. «Quando há ideias novas costumo ser eu quem vai e lança. A minha equipa está focada na distribuição e aquisição de conteúdo.» Vai a Portugal todos os anos e fala com os filhos em português. Mas voltar seria radical. «É um segmento pequeno em Portugal que tem essas oportunidades, em relação ao que há nos EUA.»

Hoje tem a certeza que é mais português do que alemão. «No momento em que decidi sair da Alemanha e ir para Portugal, foi uma questão de dias ou semanas para realmente notar que o meu coração e a minha maneira de ser é muito mais alinhada com um português do que com um alemão.»

 

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PIONEIROS NA CALIFÓRNIA
À entrada do bar no D.E.S. Hall de Artesia, começa a respirar-se Portugal nos quadros empoeirados que mostram antigas equipas do Sporting e do Benfica. Cheira a café do bom, servem-se garrafas de Super Bock e pratos com bifanas. Ouve-se falar um misto de português e inglês, às vezes na mesma frase, porque aqui toda a gente tem duas casas: Portugal e Estados Unidos.

A pequena localidade de Artesia fica a meia hora de Hollywood. É a maior comunidade portuguesa de todo o condado de Los Angeles, onde se calcula haver entre 20 e 40 mil imigrantes e luso-descendentes. Em todo o estado da Califórnia, o mais populoso dos Estados Unidos, são 330 mil portugueses (nos EUA são 1,4 milhões). Estão concentrados no Norte, em San Jose, e no Sul, em San Diego. Começaram a chegar há mais de duzentos anos, muitos vindos dos Açores, para trabalharem sobretudo na pesca, produção agrícola e laticínios.

Em São Francisco, está a cimentar-se uma comunidade portuguesa de profissionais especializados, que chegaram nos últimos anos, e se mescla com os portugueses de segunda e terceira geração em San Jose. Aqui, há até igrejas com missa em português. A religião é uma das ligações mais fortes que os imigrantes têm com Portugal – D.E.S. é acrónimo de Divino Espírito Santo e as festas religiosas são as que atraem mais participantes. No complexo de Artesia há um salão de festas, um bar e uma arena para touradas. Foi lá que se festejou a vitória da seleção nacional de futebol no Campeonato Europeu, é lá que há noites de fado e até a Rádio Televisão Artesia (RTA) feita por portugueses para a comunidade imigrante. No final de janeiro, um autocarro de festa com meia centena de pessoas rumou de Artesia até Hollywood para ir ao Lucky Strike apoiar a cantora açoriana Maria Bettencourt.

É assim que a comunidade preserva a cultura nesta Cidade dos Anjos, onde não há uma concentração de negócios dedicados à imigração portuguesa, como em New England ou Newark. LA tem apenas um restaurante português, o Natas, e poucos vestígios visíveis dos lusodescendentes, cuja integração é exemplar. Mas Artesia simboliza o espírito acolhedor que recebe quem vem para LA à conquista de um sonho. E nem sempre esse sonho está ligado à sétima arte, embora a mais recente vaga de portugueses a chegar esteja em busca do sucesso em Hollywood.

OS PORTUGUESES NO CINEMA
Muito antes de Joaquim de Almeida houve António Eduardo Lozano Guedes – mais conhecido como Tony d’Algy – em Hollywood. A carreira deste português começou nos loucos anos vinte com os filmes mudos A Sainted Devil e Monsieur Beaucaire, e contracenou com Valentino. Participou em 60 filmes entre 1924 e 1949, tendo continuado pelo cinema europeu. Em Portugal, interpretou o Comandante em O Leão da Estrela. A presença de portugueses em Hollywood é escassa, mas significativa, e nem sempre à frente das câmaras. Carlos de Mattos, hoje presidente da Cinemills, recebeu dois Óscares nos anos 1980 na categoria de Avanço Técnico por ter inovado em equipamentos como a primeira grua de operação de câmaras (Tulip Crane) que Steven Spielberg usou em E.T. Na área da música, é o compositor Nuno Malo que tem dado nas vistas. Há dois anos, foi incluído na shortlist das nomeações para os Óscares pela banda sonora de No God, no Master. Em 2010, foi compositor revelação pela Associação Internacional de Críticos de Música para Cinema. Nesse ano Fernando Fragata realizou o primeiro filme português em Hollywood, Contraluz, precisamente com música de Nuno Malo.