Quer perder peso? Cuide dos micróbios dos seus intestinos

A melhor forma de perder peso? Optar por alimentos que protegem (e eliminar os que prejudicam) o microbioma, a comunidade de micróbios e bactérias que se encontra nos intestinos – e que corresponde a noventa por cento das células dentro do nosso corpo. O médico norte-americano Raphael Kellman escreveu um livro para explicar este processo.

Intestinos. Não são o tema mais atraente do mundo. Mas nos últimos tempos – depois de décadas de fascínio quase exclusivo pelo cérebro – é este órgão que tem sido considerado a nova última fronteira, o responsável por uma parte significativa do que acontece no nosso corpo. E há mesmo quem lhe chame o segundo cérebro. É que não há neurónios apenas no sistema nervoso central, eles existem também nos intestinos, e este órgão alberga o segundo maior conjunto do corpo – cerca de cem milhões. Além disso, dos intestinos depende também a produção de uma quantidade considerável de serotonina, a hormona responsável pela sensação de bem-estar, e cumprem um papel importante no sistema imunitário.

É nos intestinos que se encontra o microbioma, os milhões de micróbios e bactérias que ajudam a absorver nutrientes e que têm um papel essencial na nossa saúde… e no nosso peso!

Foi com isto em mente que Raphael Kellman, médico internista norte-americano, pioneiro na área de saúde funcional, escreveu A Cura dos Intestinos – A Dieta do Microbioma (Matéria-Prima Edições) dedicado à promoção da saúde e à perda de peso através de uma dieta ajustada à reparação do microbioma, que considera a chave para acelerar o metabolismo e perder quilos.

Como todos os cientistas sabem, não é raro que na origem de uma descoberta importante esteja um acaso. Foi o que aconteceu e poder-se-ia resumir assim: Robert era um homem de meia-idade, com vários problemas de saúde e a enfrentar graves problemas de peso – mais de 25 quilos do que o ideal –, seguido por Kellman. Depois de muitas tentativas de dietas frustradas, interveio o destino: Robert apanhou uma pneumonia e teve de ser internado. Kellman calculou que o internamento – que implicava não só alguma imobilidade como uma dieta hospitalar rica em farináceos – ia implicar um aumento de peso. Mas a prioridade era a pneumonia, pelo que se concentrou na prescrição de antibióticos adequados. Acontece que, preocupado com os efeitos dos antibióticos, lhe prescreveu também probióticos, que ajudam a renovar as bactérias saudáveis que foram destruídas, e prebióticos, alimentos e suplementos que nutrem as bactérias saudáveis que permaneceram. Depois, aconteceu o impensável: Robert perdeu três quilos e meio em duas semanas sem fazer nada. E Raphael Kellman ganhou uma pista que fez chegar à dieta do microbioma, uma nova abordagem à perda de peso.

Ao contrário da maioria das dietas, que se pautam pelas contas entre o número de calorias consumidas versus o número de calorias gastas, a dieta do microbioma não se preocupa com estas contagens, mas antes com tipos de alimentos consumidos. O princípio é simples: comer muito dos alimentos que defendem o microbioma e evitar os alimentos que o desequilibram.

O regime alimentar definido no livro passa por três fases, sendo cada uma menos restritiva do que a anterior. Muitas das receitas que pode encontrar – e o livro tem dezenas por onde escolher – são simples de preparar e sem alimentos complicados de encontrar. Conheça as três etapas da dieta do microbioma na galeria de imagens.