O que o FBI diz sobre o seu cabelo

Enrolar os dedos no cabelo, brincar com as pontas, tirar a franja dos olhos em movimentos repetidos. Estes e outros hábitos associados ao cabelo podem dizer muito de nós… e da mensagem que queremos passar. Nomeadamente se estamos a falar verdade ou a dizer alguma mentira. Um ex-agente do FBI especialista em linguagem corporal ajudou uma marca de produtos capilares a interpretar alguns dos principais gestos que fazemos.

Uma conversa entre amigas, uma entrevista de trabalho, um momento de sedução, um susto. O cabelo – e o que fazemos com ele – representa um papel importante, muitas vezes sem termos consciência disso, na mensagem que passamos quando estamos a ser observados. Há gestos, conscientes ou inconscientes, que são associados a tiques ou subterfúgios para minimizar a timidez, a ansiedade ou o stress. Se tivermos em conta que mais de metade da comunicação interpessoal é veiculada de forma não verbal (gestos com as mãos, expressões faciais, postura e outras informações corporais) e que há milhares de combinações musculares no rosto que reforçam ou contradizem o que está a sair da boca, percebemos melhor o peso que o nosso cabelo pode ter na informação que chega ao recetor.

Nunca tinha pensado no cabelo como acessório de comunicação? Não está só. A maior parte das pessoas não tem consciência disso, o que, de certa forma, facilitou o trabalho de Joe Navarro no Federal Bureau of Investigation (FBI), nos EUA. Durante vinte anos, o ex-agente estudou a relação direta entre palavras e gestos com o cabelo: por vezes conjugam-se, outras contrariam-se. Agora, Navarro foi convidado pela Kérastase para ajudar a interpretar alguns dos gestos mais frequentes que as mulheres fazem. O trabalho deu origem a uma campanha da marca francesa, especialista em cuidados e tratamentos capilares, que visa chamar a atenção para a hidratação capilar – quando o cabelo está seco, as mulheres tocam-lhe menos e perdem expressividade.

«Vamos a isso», «põe-te a milhas», «estou sem jeito», «estou interessada», «deixa-me pensar» ou «estou aborrecida» são algumas das coisas que se podem dar a entender, só através das mãos e do cabelo.

«O cabelo transmite as emoções que sentimos em determinada ocasião, sejam de felicidade, de nervosismo, de alegria, de tristeza ou de profissionalismo», diz Navarro. «E também simboliza saúde, vitalidade, estilo de vida. Por isso não pode ser ignorado na forma como nos damos a conhecer.»

A forma como se cuida o cabelo é, antes de mais, uma boa referência. O brilho e a hidratação são reflexos da atenção pela saúde. Além disso, a suavidade das mãos e dos dedos a passar pelo cabelo revela que uma mulher quer ser notada e tem consciência disso mesmo. «Brincar com o cabelo enquanto se conversa com outra pessoa, quer dizer que se está contente e a usufruir do momento.»

Joe Navarro aprendeu a estudar pessoas pela qualidade do cabelo, «que nos pode contextualizar sobre alguém e o seu estado mental: se tem alguma patologia como depressão ou esquizofrenia, por exemplo. Ou se tem dificuldades de integração social.» Segundo o especialista, por se tratar de doenças que destroem a autoestima, fazem que possa deixar de haver vontade para cuidar do bom aspeto do cabelo.

«Usar o cabelo como escudo também é um bom indicador: revela que se está a esconder alguma coisa, gesto muito comum nas crianças.» E tentar alterar – ou reforçar – o que se transmite por palavras mudando o corte, penteado ou cor não adianta muito.

Veja na galeria o significado dos gestos que faz com o seu cabelo.