8 erros de higiene que todos cometemos

Sabia que o teclado do seu computador ou o volante do seu carro está provavelmente mais sujo do que o assento da sanita da sua casa de banho? Talvez não lhe apeteça continuar a ler, mas o melhor é fazê-lo.

ROUPAS NOVAS
Compramos uma peça e queremos usá-la – tão típico. Que mal poderá fazer não a lavar antes? Pois se é nova e tudo! Mas sabe por onde já andou aquela blusa que vai tocar-lhe a pele? Por que mãos passou na confeção? Por quantos armazéns e outros corpos, até acabar no seu? Donald Belsito, especialista mundial em imunodermatologia, afirma que as tintas de anilina e resinas de formaldeído tendem a causar dermatites alérgicas. Já para não falar nos germes, sarna, fungos e até piolhos hospedados nas fibras.

TELEMÓVEIS, TABLETS, COMANDOS E TECLADOS
Se calhar, é melhor pensar duas vezes da próxima vez que for para a casa de banho enviar SMS ou e-mails: telemóveis e tablets podem ficar contaminados por coliformes fecais, que se alojam nas mãos e daí entram em contacto com o rosto, a boca, a comida. E quem diz telemóveis diz os comandos de televisão e afins, raramente desinfetados. Só o teclado do computador, alerta um estudo da Universidade do Arizona, tem 400 vezes mais germes do que o assento da sanita. Toca a limpar essas migalhas do mês passado.

DINHEIRO
Moedas são outras das coisas que alojam mais germes do que o tampo da sanita, apesar de lhes mexermos, pagarmos a conta e irmos a seguir comer a torrada sem lavar as mãos nem pensar duas vezes no assunto. O mesmo para as notas e os cartões de crédito – e quanto mais velhos e manuseados, pior. Como a expressão «lavagem de dinheiro» não é literal, ele lá continua a circular como foco de doenças. Pelo menos, os cartões sempre podem ser limpos e desinfetados com álcool… o que nunca fazemos, de resto.

SANITAS
Puxar o autoclismo com a tampa da sanita levantada? Pare já. A descarga projeta água carregada de germes e outras partículas suspeitas a seis metros de distância, contaminando escovas de dentes, puxadores e o que quer que esteja nesse raio de alcance (é impressionante como as bactérias fecais chegam, inclusive, a chávenas de café). Ainda assim, e apesar da má fama, a sanita é uma menina se comparada com os níveis de contaminação de dinheiro, teclados, volantes ou até do insuspeito lava-loiça.


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ESPONJAS
Restos de sabonete, células mortas e humidade? As bactérias agradecem o cocktail que é a nossa esponja de banho e retribuem reproduzindo-se, pelo que o ideal é substituí-la uma vez por mês e estendê-la ao ar livre após cada utilização. De caminho, pendure também a toalha lá fora e lave a cortina de banho: uma e outra são igualmente propensas ao desenvolvimento de bactérias e fungos.

ESCOVAS DE DENTES
Como pode um objeto de limpeza ser sujo, ainda por cima um que serve para lavar a boca? Estranhamos, mas a verdade é que a escova de dentes está carregada de bactérias, a começar pelas da nossa boca. Só aí habitam 500 tipos diferentes, resistentes até 48 horas nas cerdas, nas quais se acumula ainda a tal matéria fecal que salta das descargas de autoclismo. Troque a sua escova de três em três meses, no mínimo. E a dica de baixar a tampa da sanita continua a ser preciosa.

APARELHOS VÁRIOS
Se não forem limpos – e raramente o são –, os ares condicionados tornam-se reis em micro-organismos causadores de asma, alergias respiratórias, conjuntivites, um ror de outros problemas. E o regabofe não termina aqui: uma pesquisa da Universidade do Arizona indica que também a maioria das máquinas de lavar roupa contém bactérias fecais, todas acumulam mofo e algumas apresentam coisas mais graves, como a bactéria E. coli. Dicas úteis: lave primeiro a roupa branca com lixívia (desinfetante) e uma vez por mês faça um ciclo sem roupa, para limpar a estrutura.

AURICULARES E HEADPHONES
Toda a gente se preocupa com o facto de comprometerem a audição, mas poucos se lembram do risco que auscultadores sujos representam para a saúde dos ouvidos: usá-los durante uma hora aumenta 700 vezes o número de bactérias, além de causar infeções de pele e acne – sobretudo os modelos maiores, que pressionam as glândulas sebáceas da pele e a impedem de respirar. Pior do que isso só mesmo emprestar os fones e não os desinfetar depois.


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