«Os loucos vão à procura de razões, os homens sensatos nem sequer tentam»

A 26 de setembro de 1993, fez este sábado 22 anos, foi lançado do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o PoSAT-1, o primeiro satélite português. Era uma época em que, segundo Fernando Carvalho Rodrigues, responsável máximo do projeto, a indústria e a investigação portuguesas na área das tecnologias eram das melhores do mundo. Hoje a história é outra, e o homem que ficou conhecido como o pai do primeiro satélite português conta-a nesta entrevista.

No final de 1993, foi eleito pelo Diário de Notícias Figura do Ano, a par de Boris Ieltsin, sendo longa, muito longa, a lista de prémios e condecorações que foi recebendo ao longo do seu percurso académico e científico. Fernando Carvalho Rodrigues é formado em Física e Engenharia Eletrotécnica, foi diretor do Programa de Ciência da NATO e tem mais de duzentos trabalhos publicados no estrangeiro e em Portugal. Há quem o conheça pelas suas parecenças físicas com o tenor, já falecido, Luciano Pavarotti, ou por ter deslocado um ombro a Júlio Isidro num programa televisivo em direto. Mais recentemente, o cientista é também conhecido pelas regatas de embarcações tradicionais no rio Tejo.

Anda de barco todas as semanas?
_Sim, muitas vezes. Mas é uma vida para calões: a gente vai passear para onde o vento e a maré nos leva.

De onde veio o gosto pelos barcos?
_Eu gosto das embarcações típicas portuguesas. Aos iates e os barcos modernos costumo chamar, com amizade, tupperwares, por serem de plástico e não meterem água. Nasci em Casal de Cinza, no concelho da Guarda, mas vim muito pequeno para Chelas, ainda tomei banho na praia de Xabregas, no início da década de 1950. As fragatas iam fundear à praia e os donos deixavam que nos atirássemos da popa dos barcos para dentro de água. O grande terror das mães era os miúdos irem para lá, porque todos os anos ficava lá um. A beleza daquilo tudo e o movimento do rio Tejo sempre me fascinaram. O meu pai trabalhava na indústria do sal, por isso andei muito de fragata quando era pequeno. Lembro-me de uma viagem que fiz do Montijo para Lisboa num barco carregado de cenouras. O porão estava cheio de ramagem verde e cenouras. Nunca vi nenhum quadro que esteticamente me satisfizesse tanto.

O seu fascínio não é, então, tanto pelo desporto vela, antes pelos barcos típicos.
_Os portugueses perderam a noção e esqueceram-se da via da água quando começaram a emigrar para a Europa em vez de ir para o Brasil ou para África. Quando a Ponte 25 de Abril acabou de ser construída, eu tinha 19 anos. O Tejo era um mar de fragatas e canoas, era um movimento, uma cor… Na altura não me apercebia, mas aquilo era uma vida muito dura. A American Cup ou a Volvo Ocean Race são pela honra e pela glória, naquela altura era pelo almoço e pelo jantar. Em Lisboa, havia 1400 embarcações para transporte de pessoas e bens. Era como os táxis. A nossa função é manter a memória, os saberes antigos, e pôr a funcionar, de novo, a via da água.

Como foi parar a vice-presidente da Marinha do Tejo?
_Há uns 11 anos passei na Moita e vi uma embarcação à venda. Andava sempre fisgado em ter um barco destes. Deve ter sido o negócio mais rápido alguma vez feito no mundo. Comprei a Ana Paula e depois juntei-me a um grupo de pessoas já entusiastas. A Marinha do Tejo, que é um pólo vivo do Museu da Marinha, foi criada em 2008. O que fazemos é manter as tradições. Sabe que as únicas vezes que faltei a aulas na vida foi porque ficava embasbacado a ver as fragatas e canoas? Em Santa Apolónia havia um cais onde, se se atirasse um alfinete, não caía dentro de água, tal era a quantidade de embarcações.

Pelo que conta, parece ter tido uma infância feliz.
_Sim. Cresci perto do convento de Chelas. Num bairro como aquele, tive uma educação esmerada como pode imaginar, aprendi tudo depressa… Andava sempre com os outros garotos e era irrequieto como eles: partia a cabeça aos outros, jogava à bola, fugia à polícia. Uma vez roubei uns berlindes e levei uma pedrada na cabeça, era sangue por todo o lado. Sou da geração que caía, partia uma perna e ainda levava uma sova. Com medo de voltar para casa, fui com os outros garotos à farmácia do Sr. Banha, que ainda existe, e ele colocou-me um penso enorme, aquilo mais parecia uma condecoração.

Portanto, não era o totó da escola?
_Não. Fazia as mesmas maldades do que os outros, mas estudava com muito gosto. Já era bom a matemática. Na Voz do Operário ganhei o Prémio Ricardo Covões, que era atribuído ao melhor aluno de todas as escolas. Andava na 4.ª classe. Chamaram-me ao palco, recebi o diploma e deram-me um cheque de quinhentos escudos.

Isso na altura era muito dinheiro.
_Pois era. E quando cheguei ao pé do meu pai e da minha mãe, que tinham ido assistir, mostrei-lhes o diploma e o envelope com o dinheiro que, entretanto, já tinha perdido no trajeto do palco até eles. Durante anos fui gozadíssimo na família por causa disso. Felizmente, o envelope depois lá apareceu.

Era namoradeiro?
_Não, mas íamos a pé ver as meninas à Escola Patrício Prazeres ou à Avenida de Roma. Passávamos as tardes nos bilhares da Graça e íamos à Feira da Ladra. Ficava fascinado com os homens da banha da cobra na feira.

Porque nunca foi pai?
_A única coisa que posso responder é que foi o destino. Não foi porque não tentasse. Vou comemorar 46 anos de casamento neste ano. Ando a trabalhar para as bodas de ouro.

Já não usa aliança…
_Deixou de servir. Aquilo não tem alargamento possível. A geometria era bastante diferente…

Porque escolheu estudar Física quando foi para a universidade?
_Há uma canção de amor sobre um homem que se apaixona por uma mulher e, a certa altura, interroga-se porquê. E diz o poema: «Fools give you reasons, wise men never try.» (Os loucos vão à procura de razões, os homens sensatos nem sequer tentam.) São os milagres da vida. Acontece. E pronto.

O seu hábito de usar papillon também é um milagre da vida? Não tem explicação?
_Uso-o sempre quando estou em funções oficiais. Em 1992, ia pela 5.ª Avenida, em Nova Iorque, e vi numa montra um grande laço amarelo. Adorei-o. O José Pinto Peixoto, que foi o maior cientista português do século xx, usava laço de vez em quando e ensinou-me a fazê-lo. Depois arranjei uma senhora que faz os laços à medida do meu pescoço, devo ter centenas de laços, de todas as cores.

Mas gostou logo de se ver com o laço? Mais do que com gravata?
_Tem uma grande vantagem: as nódoas vão diretas para a camisa e os laços nunca se estragam. Uma gravata onde cai um pingo, é o fim. E as camisas lavam-se.

Deve receber montes de laços no Natal.
_Não. Porque só uso laços de atar e não são assim tão fáceis de encontrar hoje em dia. O laço faz-se exatamente como os dos sapatos. Já o faço de forma automática.

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O seu currículo é tão extenso, tem tanta obra feita e recebeu tantos prémios e condecorações, que ocuparia o espaço desta entrevista nomear tudo. Em jeito de súmula, o que importa estar escrito numa entrevista de vida a Carvalho Rodrigues?
_Que ousei dar destino às coisas. Isto, às tantas, é preciso ousar dar destino às coisas…

Afinal pode alongar-se um pouco mais…
_Ousar dar destino é fazer uma coisa nova, é algo que não é natural nos humanos. Eu ousei dar destino ao fazer o satélite, ou ouso dar destino de cada vez que ajudo um dos meus alunos a fazer o seu doutoramento.

Quando diz ousar, refere-se a ter coragem?
_Não. Na verdade, nem sabemos porque fazemos as coisas. Não existe uma atitude de desafio. Fazemos e pronto! Nós, como nação, já ousámos dar destino ao mundo. E durou duzentos anos. É verdade que houve atos de coragem, mas também vontade de fazer as coisas naturalmente. É como uma missão. Fazer o satélite foi para mim uma missão, como tudo o que fiz na área da ótica, dos têxteis, do laser.

Recorde o que fez nos têxteis.
_Muitos equipamentos. Por exemplo, um sistema robô de corte a laser de tecidos para o aproveitamento máximo da fazenda. Estamos a falar de 1983. Fiz muita coisa, tenho muita coisa publicada, nomeadamente na área da coesão de estruturas. Sabia que fui eu que desenhei aqueles retroprojetores muitos usados nas escolas para passar acetatos? Outra coisa que fiz foi colocar de pé em Portugal o sistema de formação em ótica, fundei as escolas de optometria.

O satélite PoSAT foi o seu maior contributo para a comunidade científica?
_Escolheria antes o ter um parâmetro com o meu nome: o «Carvalho-Rodrigues entropy». Não há assim muita gente que tenha um parâmetro com o seu nome em vida.

Pode decifrar isso?
_A entropia é uma medida da dificuldade em entender as coisas, um parâmetro que mede a coesão dos sistemas e a quebra de interações. Trata-se de pôr uma probabilidade no futuro. É uma coisa de matemática bastante avançada, usada para simulação, interessa sobretudo a economistas, militares. Serve, por exemplo, para prever situações como esta da Síria. Se ler o meu livro As Novas Tecnologias, O Futuro dos Impérios e os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, vê que eu, em 1993, previ esta migração. Quando estava como diretor na NATO, era essa a minha missão: antever as ameaças à humanidade para poder jogar por antecipação.

Acredita em Deus?
_Identifico-me com as religiões abraâmicas. Abraão podia ter tido tudo e por amor a um ideal não teve nada e fundou três religiões. Acredito também num ditado muito antigo que é: se quiserem ensinar alguém a rezar mandem-no para o mar.

Qual a importância que o PoSAT teve na altura em que foi lançado?
_Vou contar-lhe uma história que nunca contei publicamente. Na véspera do lançamento do satélite, estava com o engenheiro Nobre da Costa, que era o dono da EFACEC, a beber uma cerveja no hotel. Ele olhou para mim com um ar paternal, sem azedume ou angústia, e disse-me: «Espero que você saiba o que anda a fazer, que tenho ali seiscentos mil contos.» Disse-me aquilo com o ar mais natural do mundo, quando já não havia nada a fazer, foi extraordinário…

Felizmente correu tudo bem…
_Foi um enorme projeto de engenharia e até as Nações Unidas deram, por unanimidade, um voto de louvor a Portugal. Tinham passado apenas 36 anos sobre o lançamento do Sputnik. Em 1994, Buzz Aldrin, que foi o segundo homem a pisar a Lua, visitou Portugal – a única coisa que me pediu foi para ir tirar uma fotografia junto ao túmulo do Vasco da Gama. Infelizmente a partir de 1993, Portugal desindustrializou-se por completo. Sabíamos de eletrónica e telecomunicações, de estruturas, de energia. Fazíamos coisas incríveis. Tivemos na Universidade da Beira Interior os homens que desenharam, construíram e lançaram todas as sondas que foram para Marte. Ainda hoje a universidade tem um curso de Engenharia Aeroespacial de outro mundo, mas a maioria vai trabalhar para fora. A Rússia quis fazer das OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal um centro de lançamento a partir da conversão de mísseis militares em mísseis para lançar satélites. Hoje é a Boeing que está a fazer isso com a Rússia, mas podíamos ter sido nós. A partir de certa altura, decidiram que Portugal ia ser um país de serviços. A banca em vez de fazer circular o dinheiro pela agricultura e indústria, passou a fazê-lo circular pela especulação. A Alemanha não vive nenhum milagre, a maioria do dinheiro circula pela produção, e nós temos de passar a fazê-lo circular por aí outra vez, não há outra salvação.

O PoSAT ainda funciona?
_Deixou de ter emissões contratadas ao fim de 14 anos, mas ainda emite. Neste momento faz telemetria, mas só quando lhe apetece. Os satélites também ficam velhos e dizem: «Hoje não estou para isso.»

O que lhe vai acontecer?
_Por volta de 2033 vai começar a descer e, com a velocidade e o atrito, vai arder. A quantidade de radiação que um satélite apanha é mais do que uma central nuclear. Nós não temos a perceção de quão heróis são os astronautas, pois apanham uma dose de radiação monstra.

Nunca teve curiosidade de ir ao espaço?
_Se houvesse fatos do meu tamanho, ia de certeza.

Gosta de uma boa comezaina?
_Sim.

Deve-se ao apetite a sua dimensão avantajada? Ou é genético?
_É do balanço energético: entra muito mais do que sai.

Gosta de praticar desporto?
_Eu sou como o Churchill, a quem uma vez perguntaram, quando já tinha 80 anos, como é que conseguia ter uma saúde tão boa sendo gordo e comendo e bebendo como fazia. E ele disse: «Nunca me cansei a fazer exercícios físicos.»

Não tem qualquer cuidado com a sua saúde?
_Agora já como muito menos do que comia. Se for ver as minhas análises, está tudo bem. Eu mexo-me muito, mas não faço uma coisa que é própria da cultura do século xxi: ir para o ginásio levantar pesos e depois não pegar numas malas.

Agora já não podem confundi-lo com o tenor Luciano Pavarotti, mas quando ele era vivo acontecia-lhe frequentemente.
_Tenho histórias do arco‑da‑velha. Uma vez, em Nova Iorque, entrei numa grande casa de discos que há perto do Radio City Music Hall. Perguntei ao porteiro se sabia onde estavam os discos do Pavarotti. Ele olhou muito para mim, fez um sorriso enorme e disse: «Os seus discos estão na cave, Sir!»

Pediam‑lhe muitos autógrafos?
_Em Hong Kong obrigaram-me a utilizar o cartão de crédito para pagar uma conta de quarenta dólares só porque queriam ficar com a assinatura do grande Pavarotti. Não valeu de nada explicar‑lhes que não era eu. Outra vez, em Nova Iorque, era inverno e estava de gabardina. Sempre que entrava num táxi conduzido por um italiano nunca conseguia pagar. O taxista insistia com o grande Pavarotti, em como tinha imensa honra em conduzi-lo à borla.

Também é o homem conhecido por ter deslocado um ombro ao Júlio Isidro num programa de televisão em direto.
_Essa é uma história do outro mundo. Ele estava aflito porque precisava de um convidado para um direto e, como ele é um grande aeromodelista e queria passar a fazer foguetes, telefonou-me. Então lá fui eu, que estava com uma hérnia discal, para o programa. Quando cheguei ao estúdio, disse para ninguém me tocar e, caso passasse a mão pela testa, queria dizer que não me conseguia levantar do sofá para aquelas despedidas habituais dos finais dos programas.

Então, o Carvalho Rodrigues é que estava lesionado?
_Sim, mas ele é que foi parar ao hospital. Cada vez que nos encontramos, rimos disso. Durante o programa, sugeri-lhe o campo de Alcochete para o que ele queria fazer, ele disse que era uma grande ideia e eu bati-lhe num dos ombros e disse: «Está arrematado.» Ouço um grito lancinante e cai-me redondo no chão. Achei que lhe tinha dado um ataque cardíaco. Ele já tinha o ombro deslocado há anos e andava para ser operado. Não fiz força, foi o jeito. Ainda por cima não me conseguia mexer por causa das dores nas minhas costas, fiquei aflito!

Está com 68 anos. Há três teve de deixar o cargo de diretor de Programas de Ciência da NATO por ter atingido a idade da reforma, mas continua como professor catedrático no IADE – Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing. Quando pensa deixar de trabalhar?
_Deixar de trabalhar só não podendo mesmo, mas já me pagam uma avença para estar vivo. Só tenho de respirar para a ganhar. As pessoas chamam a isso reforma… Se um tipo morre perde uma data de dinheiro! Agora sou agricultor, tenho cavalos lusitanos da Alta Escola, ovelhas, cães da serra. Além disso, dou aulas, oriento doutoramentos, gosto de ajudar os alunos a fazerem as suas descobertas, a ganharem autoconfiança para que construam o seu próprio mundo. Não quero que façam cópias de mim. Também passo muito tempo a ler e a escrever. Estou a preparar um livro para ser publicado para o ano. Vai chamar- se Dealing with the Unknown [trad. livre: Lidar com o Desconhecido] e tem que ver com a forma como somos capazes de pôr uma probabilidade no futuro.

Qual a maior ameaça a recair sobre a humanidade neste momento?
_Temos três ameaças permanentes que de vez em quando tomam proporções fatídicas. São os três cavaleiros do Apocalipse. E depois há um quarto cavaleiro, que tem um cavalo branco. E é preciso que os humanos continuem sempre a montar esse cavalo branco, que corresponde à inovação e criatividade. Se não resolvermos na origem o que está a acontecer atualmente no mundo, vamos ter um conflito generalizado daqui a cinco anos.

Tem medo de morrer?
_Não. Tenho medo é das dores, quando vou arrancar um dente exijo anestesia geral.

É presidente da Assembleia da Câmara Municipal da Guarda, eleito pelo PSD. Vai votar no próximo dia 4?
_Na véspera do dia das eleições vou estar na Real Regatta de Canoas, que festeja o 170.º aniversário, e isso irá predispor-me para votar, vou fazer uma reflexão profunda na via da água…

Identifica-se com o programa proposto pela coligação?
_Não digo em quem vou votar, mas digo-lhe que não acredito que qualquer um daqueles dois parceiros seja capaz de dar destino a isto.

O HUMORISTA DOS LÁPIS DE CARVÃO

Carvalho Rodrigues diz que até hoje ninguém descobriu ainda o que é isso do tempo, mas sabemos medi-lo. E foram três as horas de conversa com o professor para chegar a esta entrevista. No seu gabinete no IADE – Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing, em Santos, Lisboa, virado para o rio Tejo, fomos saltitando entre os temas, interrompidos, a espaços, por alunos em apuros ou outros professores da universidade. Do meu raio de visão não saíam as canecas, espalhadas pela sua secretária, cheia de lápis de carvão, a maioria da Viarco – aqueles tradicionais, cor de vinho, com letrinhas douradas. «São os meus preferidos. São os que tinha na escola. Tenho a mania dos lápis. Ninguém os pode tirar daí. E se quiserem escrever com eles tem de ser à minha frente», explicou-me. Não pareceu estar a brincar, ao contrário do que fez ao longo da tarde à conversa. Carvalho Rodrigues é um homem bem-disposto, ri-se muito e todos os assuntos, por mais científicos e complexos que sejam, vão dar a uma piada ou a uma história anedótica. Muito do que falou nesta entrevista foi em tom de brincadeira e risada. O leitor vai perceber.