GNR: o novo rock não acaba aqui

Caixa Negra, o 12.º álbum dos GNR, saiu do baú de relíquias de Rui Reininho quando ele temia não chegar a ver o disco. No dia em que falámos com a banda do Porto, celebrava-se uma ressurreição do vocalista: acabara de receber exames médicos com um sopro de vida onde antes havia apenas uma sentença de morte. Pretexto para uma incursão por três décadas de memórias de Rui, Tóli César Machado e Jorge Romão, com passagem pela fama, os ciúmes, as desavenças, a lealdade, a morte e o futuro.

RUI REININHO NUNCA DEVIA MORRER. Se fosse inglês, seria um Mick Jagger de 71 anos, caso raro de longevidade de um ra­paz que só fazia o que os outros não sabiam – cantar – e que de­morou a ter aceitação e sucesso como vocalista. Se fosse imor­tal, seria David Bowie, o camaleão britânico de 68 anos que foi pre­cursor do glam rock. Mas Reininho, 60 anos feitos há um mês, é português. Anda há mais de 30 a escrever letras que são tam­bém sobre o país e talvez nem todos tenham ainda percebido que a sua prosa serve para mapear a história do Portugal demo­crático. Reininho não é José Mário Branco, mas também é in­tervenção.  Escreve por metáforas e antinomias e não é Agusti­na. Mas os textos dele, como os dela, podiam ser estudados na escola. Todo aquele repertório disfarçado de nonsense é sobre um país pobre que se desconhece ainda num ritmo pop. Talvez tudo isto seja exagero, é verdade, mas será possível falar de Rei­ninho com honestidade sem ser hiperbolizado?

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O único desporto que Rui Reininho pratica é a meditação. Até há pouco tempo, era um dos 12 mil doentes em Portugal que aguardavam o medicamento inovador para a hepatite C. Precisava de um transplante de fígado e não estava na lista. Se não parasse, podia ter uma síncope em palco, diziam os médicos.

Reininho «nunca devia poder morrer», diz ele que já lhe disseram fãs. Mas no verão passado recebeu uma sentença de morte e este encontro – o último com a imprensa antes do iní­cio da nova digressão dos GNR, que começou ontem à noite no Porto, com um concerto-surpresa na movimentada Rua Cândido dos Reis – poderia não ter chegado a acontecer.  «No­venta e nove por cento da atividade da sua cabeça tentou pre­gar um cagaço a si própria», escreveu Foster Wallace com ou­tro propósito mas que encaixa perfeitamente neste se substi­tuirmos cérebro por fígado. Rui Reininho tem diagnosticada hepatite C desde 1989. «The silent death», a morte silenciosa, co­mo lhe chamam os americanos. No último ano piorou, emagre­ceu, empalideceu, entristeceu. Andou com a morte espetada no lado de dentro do peito, quilómetros de pensamentos aflitos, len­ta ampulheta de desesperança na negociação pública para obten­ção de um medicamento-milagre que ameaçava não chegar. Era um comprimido de 40 mil euros ou um transplante de 150 mil. E nenhum parecia ser capaz de respeitar a urgência fulminan­te da doença.

Parece mentira mas é verdade. Como é verdade que 99 por cento das entrevistas com os GNR, 34 anos de estrada, são na realidade so­bre a perspetiva e a persona de Reininho, eucalipto involuntário que ofusca tudo à volta, com todo o mérito e toda a injustiça que isso possa conter – e contém. Prometendo não reincidir no erro, marcámos reportagem com os três da banda, merecido patamar de igualdade entre todos. Jorge Romão, o baixista, é o último a chegar ao estúdio. Reininho, o primeiro. A pé, como Tóli César Machado, compositor, guitarrista, ex-baterista e, dos três, o único que cofundou a banda em 1981 – na altura com Vítor Rua e Alexandre Soares. Era suposto cho­ver, mas está um sol de primavera. Tóli, 53 anos, já cumpriu a habitu­al corrida matinal no Parque da Cidade, ritual que substituiu pelo ta­baco há sete anos, e Romão, 51, já deixou os filhos na escola. Não fora dia de entrevista e tinha também praticado remo, atividade que par­tilha desde o início do ano, quatro vezes por semana, com os dois her­deiros mais novos, Lopo e Dinis, no Sport Clube do Porto. Rui vem di­reto do leito. O único desporto que pratica é meditação e quem o conhece sabe que é a sério.

Ali, em Matosinhos, a meia dúzia de passos da praia, é a morada da IndieFada, a editora que criaram para «ganhar liberdade» e gravar Caixa Negra, 12.º álbum de originais (com a cereja do tema Desnorteado, de 1984), que viu a luz do dia nesta semana. Falam de artistas que foram grandes e morreram na misé­ria, de artistas que ganharam muito dinheiro e cometeram a impru­dência de confiar nos bancos, de artistas que lidaram mal com a ida­de e esticaram a pele, de Whiplash, o filme nomeado para os Óscares que nos faz pensar se pode ser Charlie Parker quem quer. Tentam ensaiar a melhor disposição possível, mas estão os três cansados.

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Na véspera, em Lisboa, uma maratona de entrevistas esgotou-lhes a paciência. E, na viagem de regresso, um jantar volante de rissóis de berma de estrada arruinou-lhes o estômago. O encon­tro, que começou perro, havia de incluir almoço e engolir parte da tarde. À mesa, só uma regra: sinceridade absoluta.

«O protagonismo do Rui, às vezes, é muito injusto para mim e para o Jorge», diz Tóli, que é no entanto o primeiro a reconhe­cer que o recrutamento do vocalista mudou a vida dos GNR. «A chegada dele [para substituir o provisório Alexandre So­ares, que por sua vez já tinha substituído a relâmpago Isa­bel Quina] não foi uma revolução nem uma tomada de poder. Também foi uma escolha minha», esclarece. Uma escolha fe­liz. «Nunca me senti confortável com as letras nem com quem cantava antes do Rui. O que ele escreve pode nem sempre ser muito musical mas tem sempre muito substrato.» «O Rui faz literatura, as letras são a segunda vida dos GNR», acrescenta Romão. Coisa diferente é o público não saber distinguir quem faz o quê. «O Rui não faz música, faz letras», diz Tóli. «Às ve­zes, acontece uma coisa muito desagradável, que é darmos um concerto e no fim vermos alguém a abraçá-lo e dizer: “Ó Reini­nho, gosto tanto da sua música.” Um gajo está ali ao lado e pen­sa: “What?! O quê?!”.»

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Todos os dias, Tóli César Machado corre pela manhã no Parque da Cidade, ritual que substituiu pelo tabaco há sete anos. À tarde, fecha-se no estúdio que tem em casa para compor.

A música é sempre de Tóli, e Tóli é músico de sangue oxigenado. Não há dia que não toque piano, que não toque guitarra, que não se feche no estúdio que tem em casa para compor, independentemente de estar ou não a gravar. «Há músicos que não gostam de tocar, mas eu adoro, sou viciado. Acalma-me, dá-me prazer, tenho esta unha [aponta para o dedo polegar] toda partida por estar sempre a fazer oitavas no piano.» Talvez por isso esteja tão satisfeito com o último disco «que é de família, porque não tem convidados», já considera­do pela crítica como sendo o melhor da banda desde Popless (2000), produção independente que representa um corte umbilical com grandes editoras, como a EMI ou a Farol. «Tenho sempre pegas com os produtores. Mas, neste momento, há dois que estão no meu coração, o Nilo Romero (2000) e o Mário Barreiros (2015). Além de ser um excelente músico, o Zé aproveita tudo o que há de bom em cada um de nós sem tentar descaraterizar o som do grupo. É dos poucos que sabem fazer isso.»

«QUANDO ESTAMOS A TOCAR UMA MÚSICA e o Rui desa­ta a cantar outra, por exemplo.» Isto é o tipo de coisa que ir­rita Tóli. « Ou quando nos troca os nomes. Não tem muita graça.» Tirando isso, atenua Romão, vigilante, a colocar algodão-doce nas feridas, «estamos sempre em lua-de-mel». Tóli sabe que está habituado a ser «o chato». «Sou a pessoa que diz tudo, não consigo guardar nada, as coisas devem ser resolvidas na hora. Tenho de falar, nem que fiquem todos a olhar para mim de lado.» «Ele é o nosso professor Marcelo», volta a interromper Romão. Rui apre­senta queixa: «O Tóli tem um defeito terrível: às vezes, o concerto ainda mal acabou, ainda estamos naquela eufo­ria e já ele está a cortar.» Não corta, critica, defende Tóli. «Deixar uma coisa para o dia seguinte é o pior que há.» Reininho diz que é como estar no meio de um combate de boxe. «Fico sempre admirado como é que dois pugilistas não se zangam. Estão ali a magoar-se no ringue e, depois, interrompem o combate e cumprimentam-se.»

Rui Reininho tem voz inconfundível e ar de miúdo que está de castigo quando ouve os outros dois. «Sim, ele amua muito», diz Tóli, já sentado à mesa do Vinum, im­ponente postal das Caves Graham’s escolhido por Jorge Romão, do lado de lá do rio, em Gaia, bife tártaro de barca velha de Trás-os-Montes no prato e Post-Scriptum tin­to no copo. «Não amuo nada. Às vezes fico só profunda­mente zangado, até comigo próprio», justifica o front man band dos GNR. Romão abre-lhe os braços, sorri. «Anda ao colinho, querido.»

Aviso à navegação: Tóli, Romão e Reininho discordam, amuam, zangam-se, criticam-se, fartam-se, mas são cole­te à prova de bala uns dos outros, resistência afetiva infalí­vel com mais de metade da vida em comum. «Posso dizer mal dele, mas não gosto que o ataquem», avisa Tóli. «Nem sempre o fazem injustamente, mas custa sempre». «Eu sei que às vezes me ponho a jeito», concede Rui. «Não interes­sa», desculpa o bálsamo de Romão. «Nós protegemo-nos e sobretudo protegemo-lo. As coisas que lhe acontecem me­xem muito connosco, mesmo os problemas de saúde. So­mos solidários.» São irmãos de coração.

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Desde o início do ano, Jorge Romão pratica remo quatro vezes por semana, com os dois filhos mais novos, no Sport Clube do Porto. Não vê televisão, não frequenta redes sociais. Até hoje, nunca quis procurar no YouTube o vídeo de Reininho a abandonar o programa The Voice Portugal.

Foi o que aconteceu no rescaldo do The Voice Portugal, programa de talentos da RTP que Reininho abandonou no verão do ano passado, em plena emissão. «Vou sair, não estou aqui a fazer nada», disse na altura em direto. Rece­beu depois a fatura numa torrente de insultos e concertos cancelados. «Não gosto daquele tipo de programa, acho que o Rui não precisa daquilo, mas se ele quer participar, por razões que só ele saberá, claro que quero que lhe corra bem», diz Tóli. Romão, que nem sequer vê televisão, não frequenta redes sociais e até hoje nunca quis procurar o vídeo no YouTube, conclui sempre: «Se Santana Lopes saiu do Telejornal em direto, por que razão não pode o Rui sair de um programa daqueles?»

NÃO FORAM TEMPOS FÁCEIS AQUELES DIAS DE JULHO DE 2014. Rui Reininho tinha uma razão de peso e revela agora isso pela primeira vez. O vocalista dos GNR era um dos 12 mil doentes que aguardavam a chegada do medicamento inovador para a hepatite C da farmacêutica norte-americana Gilead Sciences, pelo qual o governo português recusava pagar quarenta mil euros. «Daí a minha impa­ciência no programa e aquele comportamento um bocadinho deses­perado», explica, quando já não estamos no estúdio nem no restau­rante, onde pouco comeu e nada bebeu, mas na escola de ioga, onde gosta de relaxar. «Apanhei um susto. Os médicos disseram-me que tinha de repousar, fazer uma revisão, havia suspeitas de tecidos es­tranhos, malignos, tinha de tomar providências. Chegou a colocar-se a hipótese de quimioterapia e coisas assim. De repente, vejo-me com entrada aberta para o IPO, e isso é outro campeonato, não é? Só pen­sei: vale a pena continuar com isto? É assim que quero viver o resto dos dias que me faltam?»

Leu tudo sobre a falência dos órgãos. «O processo de degradação é rápido, fígado, pâncreas, vai por ali fora, e num ano ou dois, e no meio de grande sofrimento, não há nada a fazer, é sempre a descer, deixar de poder comer, dificuldade em respirar, não ingerir sólidos, só intravenosa, é paliativos e morrer.» Falou com toda a gente, de astrólogos a nutricionistas, mudou tudo o que há para mudar nos hábitos, mas um ano depois o Estado ainda não tinha disponi­bilizado o comprimido cor de laranja. «Eu sabia que teria de haver um mártir para haver um desfecho. Sabia que podia ser eu. Foi aquela senhora no Egas Moniz», lamenta. «Estava completamente borderline» (no limite), fronteira entre viver ou morrer. «Precisava urgentemente de um transplante de fígado e não estava na lista. Os médicos diziam-me que se não parasse podia ter uma síncope em palco e cair para o lado.»

O medicamento podia vir ou não vir. Na dúvida, começou a arrumar a casa. «Quis gravar o disco depressa porque tinha medo de não chegar a pegar fisicamente nele.» E co­meçou a preparar os «sócios», como chama aos músicos que o acompanham. E sobretudo António, o filho único de 18 anos. «Co­mecei a fazer contas, a familiarizá-lo com o multibanco, o IRS, tirar a carta, responsabilizá-lo pelo cão. E comecei a fazer limpezas étnicas e éticas ao meu guarda roupa.» Confrontou o filho com o que teve de enfrentar: «O que achas de ser cremado com este fato branco? Já não me serve, queres isto para alguma coisa? Ou então de fato preto, mas sem gravata. Ou talvez uma camisinha aberta, T-shirt é chato. E sapatos? Não podem ser uns jeitosos que tu ain­da possas aproveitar, seria um desperdício. Mas sapatilhas não, não é demasiado casual?» O filho «ficava abalado, aflito com a mor­bidez», mas ele queria ser pragmático. «O inconsciente começa logo a tratar de tudo. Pensava: vivi até agora. É mais do que suficiente, por­que é tudo relativo e relativamente eu vivi de forma mais acelerada do que a maioria das pessoas.” Não foi propriamente a fast lane, mas foi a 120 km/hora sem restrições.»

Rui completou 60 anos a 28 de fevereiro. Tinha o Caixa Negra, «que afinal já não é assim tão negra», quase pronto. Em 2008, quando foi entrevistado para a Notícias Magazine, na antecâmara da estreia do projeto Companhia das Índias, a mãe interrompeu a gravação com um telefonema. «Afinal, quando sai o disco?» Na véspera desta entre­vista, Reininho recebeu dois telefonemas, duas boas notícias: os re­sultados da ressonância magnética não detetaram células malig­nas e o medicamento, que chegou vinte dias antes do aniversário, está a resultar e os indicadores da doença negativaram pela pri­meira vez em 26 anos. «De um milhão de estirpes passou a zero.» O transplante já pode esperar. «Hoje é o primeiro dia em que acor­do de uma coisa que me estava a levar.» O primeiro dia do resto da sua vida. «Devia comer uma francesinha para celebrar», diz. Mas nem sequer lhe apetece festejar.

Recebeu dois telefonemas e nenhum era da mãe. «A última vez que a fui buscar foi num domingo, ela morreu numa quarta-feira. Quase não falava, mas dizia que queria ir-se embora. Eu brincava com ela, naquela coisa infantil: «Quer ir-se embora, não é?” E ela dizia que sim.»

REININHO ATÉ PODERÁ SER «O PECADO FUNDIDO E QUEIMADO» de Bem-Vindo ao Passado, que integra o álbum Popless. Mas pode­riam os GNR sobreviver sem ele? Ensaiámos a resposta na his­tória recente da música. Em Portugal, depois de 18 anos com Te­resa Salgueiro (1990-2008), hoje ninguém sabe quem é Beatriz Nunes, a vocalista dos Madredeus desde 2011. O grupo eclipsou-se e sobrevive mal à perda da voz que o identificava. Lá fora, os Joy Division são um caso curioso na pop: a banda não sobreviveu ao suicídio de Ian Curtis, mas transmigra toda, alma incluída, no mesmo ano da morte, para o outro lado do mesmo corpo e forja-se na luz como New Order (o tímido guitarrista Bernard Summ­ner passa a cantar). É um caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde para o lado sombrio e solar da eletrónica do pós-punk dos anos 1980. Os AC/DC, criados em 1973 para fazer hard rock, são também um episódio de superação: eram já uma banda de sucesso com o Highway to hell no top 100 dos EUA quando perderam o voca­lista (Bon Scott morreu sufocado numa bebedeira de vómito em 1980), mas mantiveram a identidade com a nova voz de Brian Johnson, que continua até hoje.

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E os GNR? Conseguiriam? «Isto é um grupo, não é uma pessoa», diz Tóli. «Só funciona com os três.» «Eu sei que isso não passa para fora, mas eles dizem-me: “Tu é que mandas.” Não mando nada, sou compositor, não me imponho, mostro sempre o que faço. O Rui e o Romão é que escolhem. Caso contrário, já cá não estava. Fazer dis­cos a solo dentro de uma banda não dá.» Jorge Romão corrobora. «Somos cúmplices, rimos muito juntos. Estarmos juntos sem es­tarmos sempre em casa uns dos outros, e permitirmos que cada um faça as suas coisas sem prejudicar a casa-mãe, é o segredo da duração da nossa relação.»

Uma relação que se estende à cidade. Tóli nunca saiu do Porto. «A minha mãe é do Sul, vou lá muitas vezes, mas sou definitiva­mente do Porto. Acredito naquela coisa da bandeira, nunca quis sair daqui nem saía por nada.» Romão também não. Gosta de rega­tas, de correr, de ar livre, de ir a concertos, a festivais, de sentir o prazer de um vinil. «Gosto de ouvir aquele barulho, tirar o disco, limpá-lo, ajustar a agulha, calibrar o braço, virá-lo para o lado B. Ouvir um vinil é como abrir uma garrafa de vinho, exige tempo e disponibilidade.» Rui viveu em Lisboa, gostou, mas voltou. Os três foram ao céu em 1992 com o Rock in Rio Douro, 38 semanas no top, quatro discos de platina. Foram a primeira banda portuguesa a en­cher um estádio de futebol, quarenta mil a gritar em Alvalade «É a pronúncia do Norte». Garantem que não os beliscou. «There’s no­thing upstairs (não há nada lá em cima)», diz Reininho. «Mesmo quando estávamos muito lá em cima nas vendas, sempre mantive­mos os pés na terra. Nunca nos deslumbrámos», assegura Romão. «Cheguei a sugerir que não devíamos fazer televisão porque era um exagero a exposição», lembra Tóli, agora a rir com o que hoje lhe parece um tiro no pé.

Será a ressurreição de Reininho também a segunda vida dos GNR? «Não estou em negação, mas acho que ainda temos mais fu­turo do que passado.» Palavra de fundador.