Na saúde e na doença

Marta Andrade exercita-se com o personal trainner Pedro Almeida.

Passam horas a puxar ferro. Veem-se pequenos e vulneráveis mas fariam Adónis tremer de inveja. A compulsão para o exercício chama-se vigorexia e, felizmente, não são muitos os que a levam às últimas consequências. Até porque os benefícios do treino dependem de uma coisa essencial: respeitar os limites do corpo.

O calor demorou, mas não falhou e, com ele, a vontade de derreter as reservas acumuladas de enchidos, pão, feijoadas, bolos ricos, queijos, bebidas espirituosas e chávenas de cacau quen­te do inverno. Biquínis reduzidos pedem barri­gas lisas e glúteos firmes. A afluência aos giná­sios dispara. E é neste ponto que os desportistas de última hora olham com reverência para as carnes tonificadas de quem não prevaricou o resto do ano, sem des­confiarem que, de entre a malta viciada em vigor, alguns sofrem de uma perturbação tão grave como a obesidade. É a vigorexia, com­pulsão para o exercício físico que tem mais que ver com uma ima­gem distorcida do corpo do que com hábitos de vida saudável.

«A vigorexia é o nome informal para um subtipo de transtor­no dismórfico corporal que se traduz numa preocupação persis­tente e excessiva, associada a sentimentos de culpa e vergonha, por não se ter o corpo suficientemente forte, grande ou muscu­lado», explica Fernando Lima Magalhães, psicólogo clínico es­pecializado em transtorno dismórfico corporal e vigorexia. Ao contrário dos anorécticos, que se veem como obesos mesmo se os ossos se evidenciam na pele, os vigoréticos sentem grande ansiedade em mostrar o corpo e evitam situações em que pos­sam ser observados ou avaliados. Muitos fazem do ginásio segun­da casa, tão focados em obter uma silhueta perfeita que chegam a provocar lesões a si mesmos. Nos casos mais extremos, recor­rem a esteroides anabolizantes e a outras drogas potencialmente fatais para aumentarem o volume muscular.

«Ao pensamento obsessivo de que estão magros ou pequenos, ainda que na realidade sejam mais fortes do que a média, os vigo­réticos respondem com comportamentos repetitivos como mus­culação ou corridas, ao ponto de prejudicarem a vida pessoal e profissional – por exemplo, faltando ao trabalho para irem ao gi­násio», traduz o especialista. A experiência diz-lhe que parece haver um conjunto de fatores associados à vigorexia: uma certa disposição genética para pensamentos obsessivos, personalida­des perfecionistas, experiências sociais negativas ou bullying po­dem desencadear o medo excessivo da rejeição ou da desaprova­ção. Tudo depende, depois, de como cada um vive a atividade fí­sica, sem ter necessariamente que ver com a intensidade com que a pratica: correr a maratona porque se gosta é diferente de sumir–se para a casa de banho do emprego para fazer cem flexões de braços quando ninguém está a ver.

Pedro Cruz, analista de mercados de eletricidade, é um desses casos de perfecionismo aplicado a tudo o que faz. A extrema disci­plina permitiu-lhe passar de miúdo gordo a homem esculpido, to­do ele agilidade e fibra, capaz de recusar uma noite de copos para ir nadar cedo na manhã seguinte. O rigor desportivo intensificou-se em 2009, quando deixou de fumar. «Sabia que tinha de ter cuidado com a alimentação e fazer exercício, por isso desde então que tento comer bem e controlar o peso, sem grandes dramas.» A atividade física tornou-se um vício, a ponto de se levantar de madrugada pa­ra ir correr mesmo quando está em viagens de férias.

«Gosto que o exercício seja duro, gosto de me superar. Às vezes sinto os músculos muito cansados e, nesses momentos, reduzo a intensidade porque o risco de lesões aumenta. Mas não consigo parar», reconhece. Nos dias de semana, Pedro corre dez quilóme­tros junto ao Tejo ou no Monsanto, gozando o relaxamento men­tal que se segue ao esforço. Aos fins de semana faz BTT e está ago­ra a aprender a surfar. Nunca se tentou a consumir anabolizan­tes ou quaisquer outros suplementos, tão-pouco considera que os atletas ocasionais, mesmo que se exercitem todos os dias, che­guem sequer perto da fronteira do pouco saudável. «Treino para me sentir melhor, porque gosto de estar em boa forma. Se não fa­ço o meu exercício do dia parece que me falta qualquer coisa, fico inquieto e a acusar excesso de energia.»

Foi em 1993 que o psiquiatra norte-americano Harrison G. Pope, da Faculdade de Medicina de Harvard, Massachusetts, usou pe­la primeira vez o termo vigorexia ou síndrome de Adónis, numa referência à divindade grega de rara beleza masculina que pôs Afrodite e Perséfone em guerra pelo seu amor. Pope investigou nove milhões de americanos, que então se exercitavam em giná­sios, e aferiu que pelo menos um milhão estaria afetado por um distúrbio emocional responsável por desfasar a imagem real do seu ideal de musculatura, um problema que, regra geral, arranca na adolescência, altura de grande insatisfação com o corpo. Ao mesmo tempo que concluía que as mulheres preferem a estrutu­ra do homem comum, o psiquiatra determinou que a maioria dos homens acredita que o seu próprio corpo devia ter, idealmente, mais 13 quilos do que os que na realidade possui.

«A sociedade tem uma forte influência em fazer crer que as pes­soas devem representar um papel e cumprir determinados requi­sitos», avisa Fernando Lima Magalhães, atribuindo-lhe parte da culpa pela vigorexia. Mensagens advogando que um homem ver­dadeiro tem músculos fortes, ou que a mulher de sucesso é magra e esbelta, são divulgadas e aceites em massa. E isso começa des­de os brinquedos (os bonecos heróis são todos musculados) até ao cinema, publicidade e revistas. «O resultado é uma indústria que alimenta crenças pouco realistas sobre a beleza, o que nos faz sentir inseguros acerca do nosso corpo», sustenta.

Pedro Almeida, personal trainer da academia Treino em Casa, concorda com o psicólogo neste ponto: «Os padrões de beleza dão como referência os modelos e artistas famosos, com aparências magras e sem imperfeições. É normal que muitos jovens tentem ter um corpo perfeito, levando essa busca ao extremo.» Se não for acompanhada corretamente, a demanda pode assumir contornos clínicos que resultam em doenças como a anorexia, bulimia e vigo­rexia, todas elas caracterizadas por uma obsessão com o corpo, de­ficiente autoestima, alterações drásticas de dieta e tendência para a automedicação. Depois, enquanto a anorexia e a bulimia afetam sobretudo as mulheres, que se acham obesas e recorrem a diuréticos e laxantes, a vigorexia causa mais estragos entre os homens, adeptos dos anabolizantes e da malhação intensa para reverterem a imagem de fraqueza que têm de si mesmos.

«Tal como as vitaminas, o exercício em excesso ou em défice é mau para a saúde. Daí a importância de as pessoas fazerem avaliações físicas regulares (o ideal é uma vez por mês), de modo a perceberem o seu estado físico e terem atenção aos sintomas de sobretreino», acentua o treinador, para quem a palavra-chave é equilíbrio. «O limite é o exercício não estar acima de tudo na vida, mas ser um complemento fundamental para viver melhor. Se focarmos as pessoas no que as faz felizes, adequarmos o programa a cada indivíduo e alinharmos o treino, a alimentação e o repouso, conseguimos fazê-las atingir os seus objetivos sem lhes pôr em causa a saúde.

 

Marta Andrade exercita-se com o personal trainner Pedro Almeida.
Marta Andrade exercita-se com o personal trainner Pedro Almeida.

Marta Andrade achou-se como peixe na água quando começou a nadar há uma década, após ter sido ginasta até aos 15 anos e passar outros tantos sem fazer exercício. «Foi o meu primeiro grande vício», confessa a investigadora científica. «Comecei por nadar três vezes por semana e cheguei até às seis. Não havia um dia que faltasse, mesmo que estivesse uma trovoada gigantesca e o sofá chamasse por mim. A cabeça não me deixava ficar em casa.» Mais tarde, em 2011, inseriu o treino localizado com Pedro Almeida na sua prática diária e começou a correr no ano seguinte. Hoje faz natação às quartas e sextas-feiras, corre às terças, quintas e fins de semana, tem a sessão com a Treino em Casa uma vez por semana (com trabalhos de casa marcados até à sessão seguinte) e nem sempre cumpre as segundas-feiras de descanso.

«Sem dúvida que por vezes exagero. Toda esta atividade física ocupa-me as noites durante a semana, há dias em que chego a casa depois das 23h00. Já deixei de ir a festas de aniversário ou jantares para poder nadar, e comprometo muitas vezes os meus fins de semana para poder correr», admite Marta, cuja maior motivação é o bem-estar físico e psicológico que sente enquanto pratica desporto. A lesão na cartilagem do joelho direito, que tem há cerca de ano e meio, incomoda-a. Fá-la parar nas fases mais críticas, mas nem isso a impede de trocar a corrida pela natação (mais suave para os joelhos) ou de fazer reforço muscular com o personal trainer, que a exercita utilizando o peso do corpo em vez de máquinas. «Na verdade, devia reformular todo o meu plano de treinos atual, por exemplo deixar de correr, mas quem me para? Não é nada fácil largar um vício. Chegar a casa e sentar-me no sofá a ver televisão não é opção para mim.»

José Pedro Castro, professor de Filosofia, conhece bem este ímpeto energizante. A genética ajuda-o a cumprir os objetivos a que se propõe: se a mãe, de 88 anos, diz sentir-se com 50, o filho de 57 tem a idade mental de 30 e uma pedalada que poucos jovens igualam, incluindo fazer 1500 abdominais, oito quilómetros de corrida e várias repetições disto e daquilo após um dia de trabalho, seis vezes por semana. Ser teimoso também abona a seu favor: o médico recomendou-lhe uma operação a duas artroses na zona dos meniscos internos, incrivelmente dolorosas, e José decidiu que só a faria se não pudesse evitar. Começou então a exercitar-se três vezes por semana no Bootcamp Portugal (treino de fitness ao ar livre baseado no conceito militar) para muscular a zona afetada, aumentou a carga para os seis treinos após partir um pé e hoje só falha quando o rei faz anos.

 

O Bootcamp é um espaço de alegria e equilíbrio para José Pedro Castro.
O Bootcamp é um espaço de alegria e equilíbrio para José Pedro Castro.

«Não gosto da palavra vício. Vício é fumar e beber, e o exercício só é vício quando se faz duas a três horas de ginásio e se usa anabolizantes», desfere. Para ele, o Bootcamp é alegria, um lugar de equilíbrio. «Se a maioria das pessoas não faz o mesmo, porque prefere estar à mesa a comer alarvemente, o problema é delas.» José cultiva uma máxima do filósofo grego Sócrates, segundo a qual «nenhum cidadão tem o direito de ser um amador em matéria de treino físico; que desgraça é, para o homem, envelhecer sem nunca ver a beleza e a força de que o seu corpo é capaz». No que lhe diz respeito, brinca dizendo que se reencontrou graças aos joelhos: « é um instrumento precioso e não há como o Bootcamp para afiná-lo. «É uma recruta permanente, tão surpreendente como viajar de mochila às costas. A certa altura, a pessoa vai quer faça frio, chuva, neve, granizo.» O próprio limiar da dor aumenta com a prática. «Eu já mal dou pela minha.» Vi-me no futuro, dependente, e decidi que não seria uma gelatina.» O corpo é um instrumento precioso e não há como o Bootcamp para afiná-lo. «É uma recruta permanente, tão surpreendente como viajar de mochila às costas. A certa altura, a pessoa vai quer faça frio, chuva, neve, granizo.» O próprio limiar da dor aumenta com a prática. «Eu já mal dou pela minha.»

Autores como Grossman e Quinion, que estudaram a fundo a vi­gorexia e identificaram vários casos entre praticantes de bodybuil­ding (ainda que não haja uma correlação direta), arriscam que só cerca de dez por cento dos fãs do exercício poderão ser conside­rados vigoréticos (apesar de não haver números concretos) e as­sociam-na aos homens, apesar de também afetar mulheres. Pa­ra Graça Vilar, diretora do Serviço de Planeamento e Intervenção do SICAD (o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditi­vos e nas Dependências), já não se trata apenas de acreditarem que ter músculos acima da média lhes garante a atenção das mulheres e dos pares masculinos. Para muitos, é uma resposta à virilida­de que sentem ameaçada pela igualdade entre sexos: elas até po­dem suplantá-los nas empresas, na ciência, no sustento da casa, mas nunca serão capazes de levantar 150 quilos. A psiquiatra cha­ma ainda a atenção para o facto de a vigorexia não ser uma per­turbação recente: «A sua atenção na comunidade científica é que se tornou mais atual, pelas consequências nefastas que acarre­ta para a saúde destes indivíduos», aponta, referindo-se ao abuso de substâncias nos casos mais extremos, «frequentemente este­roides androgénicos anabolizantes, estimulantes e diuréticos».

José Guimarães, profissional de marketing digital além de tra­balhar na Pro Runner (uma loja de artigos para corrida), não me­nospreza este efeito aditivo do exercício que, no seu caso, se de­ve unicamente às endorfinas libertadas no organismo. «Nunca tomei químicos perigosos para melhorar a minha performance», garante o desportista, assumidamente viciado em correr todos os dias. «Quando comecei a sentir os efeitos do exercício físico constante, uma das primeiras coisas que fiz foi deixar alguns alimentos perigosos e ingerir outros mais saudáveis. Os suple­mentos fazem parte da dieta, em particular os multivitamí­nicos e a proteína, importante para a recuperação muscular. E tenho sempre em conta que não somos máquinas perfeitas. Saber escutar o corpo e respeitar os limites faz toda a diferen­ça entre uma evolução lenta, mas constante, e outra que muito provavelmente terá repercussões graves mais tarde.»

 

José Guimarães não dá descanso ao exercício: corrida, natação, bicicleta, ginásio.
José Guimarães não dá descanso ao exercício: corrida, natação, bicicleta, ginásio.

O plano de treinos de José não só não contempla dias de des­canso como, na maior parte das vezes, inclui dois por dia, seja no ginásio, na piscina, na bicicleta ou na corrida, a menina dos seus olhos desde que a experimentou em 2011. Em quatro meses per­deu 15 quilos – ficou com 73 – e ganhou uma alma nova ao espe­cializar-se em equipamento, motivação e métodos de treino, que divulga no seu blogue De Sedentário a Maratonista. Hoje corre maratonas, faz triatlos, trail running (correr em trilhos na nature­za) e sonha com o Ironman, um triatlo de fogo que inclui 3,8 km de natação, 180,2 km de ciclismo e 42,2 km de corrida, com tempo limite de 17 horas. Tudo, nele, é exercício, mas procura não stres­sar se um afazer o impede de treinar por alguma razão: «Não po­demos ser obcecados ou corremos o risco de que algo saudável se torne perigoso para a saúde.» Estabelecer um paralelismo en­tre essa prática e a sua vida diária é uma aprendizagem que tenta aplicar pessoalmente e partilhar com quem o rodeia.

 

João Duarte treina seis dias por semana e adora a sensação de descarregar o stress.
João Duarte treina seis dias por semana e adora a sensação de descarregar o stress.

João Duarte, consultor de comunicação e public affairs, também prefere chamar-lhe um modo de vida. «Não vejo o exercício como um hobby, um vício ou uma obrigação, é uma necessidade básica como comer e dormir. Faz parte do que sou», conta, ele que treina seis dias por semana, às vezes sete, e adora aquele momento de descarregar o stress – o corpo atlético vem por acréscimo. «Nos dias em que faço ginásio ou natação, acordo às 06h45 para estar no local às 07h15, treino uma hora e vou trabalhar. Nos dias de corrida acordo às 06h00, para fazer 20 a 25 quilómetros, e quando tenho viagens de trabalho chego a acordar às 04h00 ou 05h00 para ir correr antes de apanhar o avião. A minha mulher diz que sou maluco mas, se há um dia em que era suposto fazer exercício e não consigo, sinto-me mole, mais irritado e com menos energia.»

Nas férias, longe de abrandar o ritmo, João pesquisa ginásios e locais para correr perto dos hotéis, nada 50 minutos diários na praia e faz a alimentação saudável do costume: uma dieta rica em proteínas que ajudam à recuperação muscular (ovos, peixe, carnes brancas), muitas frutas e legumes, poucos hidratos de carbono. Anabolizantes, nem vê-los. O máximo que lhe aconteceu foi ter o corpo a dar sinais de que estava a exagerar, mas nessas alturas reforça a nutrição e abranda a intensidade dos treinos até recuperar. «O limite é sempre algo pessoal e tenho de respeitar essa linha para não cair no prejudicial. A minha motivação é sentir-me bem e só isso é o suficiente.» Afinal de contas, dizem todos, trata-se de ganhar uma vida saudável, não os Jogos Olímpicos.

 

SINAIS COMUNS DA VIGOREXIA

» Distorção da imagem corporal Por mais muscula­do, proporcional e trabalhado que seja o físico de um vigo­rético, a tendência é ver no espelho uma imagem de magreza e vulnerabilidade que não correspon­de ao real.

» Preocupação exa­gerada com o corpo Dita a beleza que os homens se querem musculados e as mulheres escultu­rais, e daí surgem as obsessões: medem–se frequentemente, comparam-se com outros praticantes e continuam a treinar mesmo com lesões.

» Atividade física exagerada O exercício é saudá­vel quando respeita as capacidades de cada indivíduo e é validado pela opinião de um pro­fissional. O alerta surge a partir do momento em que a prática exige um esforço superior ao que o corpo aguenta e se traduz em can­saço, esgotamento e/ou lesões.

» Mudanças signi­ficativas na dieta Regra geral, os vigoréticos elimi­nam o consumo de gorduras e adotam uma dieta restritiva à base de proteí­nas, com vista ao aumento da massa muscular. Muitos deixam de ir a res­taurantes para não comprometerem o regime.

» Tendência para a automedicação A ânsia de transfor­mações rápidas no corpo leva muitos vigoréticos a con­sumirem anabo­lizantes e outras substâncias ca­pazes de acelerar o crescimento da massa muscular e o desempenho. Resultado: aumento do risco de lesões hepáticas, doenças cardiovasculares, cancro da próstata e disfunção sexual.

» Alterações corporais e de humor O overtraining resul­ta muitas vezes em insónias, cansaço permanente, irrita­bilidade, desinteres­se sexual, falta de apetite e dificuldade de concentração, além de problemas mais graves como lesões ósseas e articulares, despro­porção displásica (tamanho anómalo da cabeça e do cor­po), encurtamen­to de músculos e tendões, depressão, insuficiência renal ou hepática, trans­tornos de ansieda­de, isolamento e outros.

 

DICAS PARA VIVER BEM COM A SUA IMAGEM

» Confie em si. Na maioria das vezes, a vigorexia resulta de um conflito da pes­soa com a pró­pria imagem. Há quem sinta que ser aceite pelos outros depende da aparência, com toda a pressão que isso implica. Daí que a psicoterapia seja parte fundamen­tal do tratamen­to, integrada numa aborda­gem multidisci­plinar: cada caso deve ser avaliado individualmente para se perceber o motivo da com­pulsão e tratar o paciente, mais que a patologia.

» Ganhe hábitos alimentares saudáveis. O sedentarismo da vida moderna torna-nos vulne­ráveis à obesi­dade, doenças cardiovasculares e hipertensão, que por sua vez redundam em dietas hipocaló­ricas e excessos no ginásio. O ide­al para manter a forma – e a saúde – é comer todos os nutrientes ne­cessários ao bom funcionamento do organismo.

» Evite os aditivos. Risque das suas opções todas as substâncias que prometam resul­tados rápidos em pouco tempo. Os vigoréticos abusam de su­plementos e ana­bolizantes em busca do corpo perfeito, quando na verdade estão a atentar contra a própria saúde. Se se identificar com pelo menos dois dos sinto­mas descritos anteriormente, fique atento. As intervenções mais intensas en­globam médicos, nutricionistas, psicólogos e treinadores.

» Mantenha-se em forma sem exa­gerar. São mui­tos os benefícios do exercício, mas os resultados são tanto melhores quanto mais res­peitar os limites do seu corpo. Uma maneira eficaz de não cair no exagero é saber se treina­mos porque nos sentimos bem ou para compen­sar carências a outros níveis. O American College of Sports Medicine con­sidera que uma prática saudável de exercício físico passa por três a cinco treinos semanais, com a duração de 30 a 45 minutos cada.