Oito olhares, duas gerações

«40 anos volvidos reencontramos Abril nas fotografias de quatro grandes reporteres dessa época que andaram nas ruas e nas praças a acompanhar os militares revoltosos e também nos trabalhos de quatro fotógrafos que nasceram no ano em que Abril triunfou e se tornou sinónimo da democracia e de liberdade. São oito olhares diferentes, mas complementares que nos trazem visões do tempo e do mundo, mas sobretudo da humanidade de quem sabe e sente que todas as grandes transformações sociais e políticas devem ser feitas ao serviço do ser humano, da esperança e do futuro». As palavras são de José Jorge Letria, presidente da Sociedade Portuguesa de Autores e abrem as portas à exposição comemorativa dos 40 anos do 25 de Abril que a SPA inaugura amanhã, na sala Carlos Paredes, em Lisboa, às 18h00.

«25 de Abril: Parece que foi Ontem, Oito Olhares, Duas Gerações» dá a ver fotografias de quatro repórteres que, em 1974, levaram a todo o mundo a notícia da revolução portuguesa e de outros quatro que nasceram nesse ano. Inácio Ludgero, coordenador da exposição, Rui Ochoa, Alfredo Cunha e Bruno Neves fazem as honras da primeira geração, acompanhados por Reinaldo Rodrigues, António Azevedo, António Pedro Santos e David Clifford, que têm a idade da revolução.

Reinaldo Rodrigues, editor executivo da Global Imagens, expõe quatro fotografias da reportagem Filhos da Madrugada, publicada em 2013, na Notícias Magazine, em que os entrevistados, todos nascidos também em 1974, foram retratados tendo como fundo uma emblemática fotografia daquele «dia inicial, inteiro e limpo» da autoria de Alfredo Cunha. Duas gerações, dois olhares foi a ideia que o Reinaldo quis transmitir nesse trabalho fotográfico, ilustrado pelo texto da jornalista Catarina Pires.

Todos estes olhares, em que o passado encontra o presente e as memórias se misturam, podem ser vistos até final de maio, em Lisboa, seguindo depois para o Museu Soares dos Reis, no Porto.

SPA, Sala Carlos Paredes, Rua Gonçalves Crespo, 62, Lisboa